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Park Avenue começou sem querer muita coisa, copiando qualquer coisa que
aparecesse, mas um episódio que usa o clichê de filmes de terror mais sem graça
do mundo (ou seja, um gasparzinho fêmea) não vale a pena continuar.
Não foi
só o mau uso do clichê que me irritou, foram todos os plots desenvolvidos (ou
não) no episódio. Por exemplo, Brian e loira. Achei que depois da cena da
toalha, Brian iria se entregar logo, mas ele ainda fica se fazendo de difícil e
o pior é que gastam tempo de tela para essa troca de olhares. Ou desenvolve
logo esse plot, ou acabe logo com ele.
Nunca
sabemos nada sobre o arco central da série, porque ela simplesmente fica
negligenciando os assuntos. Se pelo menos mostrasse Gavin dialogando com o
‘morador da semana’, saberíamos mais sobre suas reais motivações e não
ficaríamos no escuro sobre o que está acontecendo.
Pelo
menos tivemos mais tempo em tela para Vanessa Williams brilhar. Descobrir que a
filha dos Durans se suicidou com o acidente de carro só porque papai é maligno
foi chocante, mas não foi bem uma novidade. Jane, tadinha, que teve que ficar
de babá de Vivian o dia inteiro e mesmo assim não conseguiu fazer um bom
trabalho.
O
relacionamento entre Gavin e Henry está cada vez mais parecida com o filme O
Advogado do Diabo. Da mesma forma, esse relacionamento é o único motor da série
até o momento. Pena que deveriam ou dar mais foco nos acontecimentos ou criarem
uma narrativa de maior qualidade. Ok, então Gavin conhecia o promotor, fez um
acordo com ele para Henry ganhar o emprego a troco de algo. Mas a que custo?
Em
tese, o que aconteceu com a moradora da semana seria bem mais intrigante se
Gavin tivesse feito aquilo acontecer. A única coisa que ele fez foi dar uma
IDEIA para lidar com os orbituários. A atriz é até carismática, mas a má
condução da narrativa fez com que o plot parecesse mais um tapa buraco do que
qualquer outra coisa. Ela simplesmente brincou de jornalismo investigativo de
mentira e deu naquilo.
Convenhamos
então que a série precisa melhorar seus plots e parar de achar que consegue se
segurar com algumas cenas que assustam, mas que, obviamente não assustam tanto
assim. Só na cabeça deles uma menina aparecendo no meio do corredor é
assustador.
Patético
também é Jane, que continua na sua incansável busca pelos segredos do Drake.
Ela não é burra, mesmo sendo loira, em perceber que tudo o que está acontecendo
com ela é bem real. Deveria pelo menos ficar mais neurótica e começar a
procurar por um novo trabalho.
No
quarto episódio, porém, as coisas começaram a dar uma melhorada e obviamente
foi porque os roteiristas finalmente entenderam que adicionando Brian e a
esposa e a loira já estava ficando um pouco entediante.
Nora é
a personagem bem desenvolvida da vez e achei mesmo que ela era só uma
cleptomaníaca que gosta de proteger os olhos, mas ela realmente está lá para
ajudar. A avó com certeza sofre de demência, mas provavelmente isso aconteceu
por causa de alguma entidade pertencente à Avenida do Diabo.
Da
mesma forma, a obsessão de Jane da semana era pela malinha que se revelou ser a
fumaçinha do Lost que faz aparições especiais em todas as outras séries da ABC.
Ainda bastante irritante o fato de usarem o clichê da criança morta, mas vamos
ver como esse plot vai se desenvolver na próxima semana.
Da
mesma forma, o episódio já começou chocante, pois tinha certeza que Annie (a
jornalista) estava morta. Muito lentinha, porém, fugir do apartamento e ir logo
para a casa do editor que obviamente é o próximo alvo do assassino, a sorte é
que ele já tinha feito seu trabalho.
A forma
pela qual todos os acontecimentos foram interligados no final foi bem divertido
e foi, até agora, a única narrativa que fez sentido até hoje na série. Achava
que estava demorando chegar à parte em que alguém (o governo) iria começar a
suspeitar de Henry e perceba que ele foi até chantageado com fotos, que sempre
é a maior forma de chantagem do MUNDO. Era óbvio, porém, que Gavin iria arrumar
uma forma de fazê-lo acreditar de uma vez por todas em sua ‘bondade’ e o melhor
é que isso foi feito em grande estilo, incluindo caviar fino, vestidos colados
e uma boa cena de assassinato, tão rápida que nem percebi.