Quando
a ABC se manifestou sobre seu novo drama musical Nashville, com uma atriz que
está completamente no declínio e outra que está começando a se dar bem no
cenário musical, pensei: porra, não deve ser igual aquele ridículo filme da
Gwyneth Paltrow, Leighton Meester, Garrett Hedlund e Tim McGraw. A história
aparentava ser a mesma, tirando o fato de que a estrela em decadência é uma
drogada e bêbada que realmente não faz muito para conseguir se manter em pé.
Daí que
o Piloto de Nashville mostra que realmente é uma nova Country Strong, a única
diferença é que a outra protagonista é bem mais safadinha, a em decadência tem
filhas e não é viciada em nada e tem também o plot da política da cidade.
Nashville
conta a história de Rayna Jaymes (Connie Britton), uma estrela Country que
costumava fazer muito sucesso e que agora está no início de sua decadência como
artista. Por isso, para melhorar suas vendas, sua gravadora tem a ideia de
juntar sua tour com a da mais nova estrela da gravadora, Juliette Barnes (Hayden
Panettiere). O problema é que o orgulho de Rayna e o jeito diva de Juliette
deixam a artista em dúvida em relação ao que ela deve fazer: engolir o orgulho
e abrir os shows de Juliette ou dar uma pausa em sua carreira.
A série
acerta bem seu ritmo, consegue apresentar legal seus personagens. O único
problema aqui é que, em uma série com um número considerável de personagens,
sempre acontece de neglegenciar a maior parte deles, então espero que no
futuro, a série consiga trabalhar com seu elenco inteiro sem excluir alguns.
Rayna
sabe o que está fazendo. Já está no mundo country há vinte anos, ganhou 9
Grammys e coisas do tipo. Virou pessoal o fato de a cantora ter que dividir um
holofote com Juliette, principalmente quando ela não recebe o devido valor.
Juliette também não quer nada com a cantora, o que leva a crer que a guerra
entre as duas, principalmente por causa do guitarrista de Rayna (que teve um
caso com a cantora anos atrás), que Juliette quer desesperadamente na sua
turnê.
A parte
política da série poderia ter sido melhor desenvolvida. O pai de Rayna e a irmã
dela sabem muito bem como lidar com a filha, da mesma forma que o marido também
sabe. Porém, até o final do episódio, esse plot do prefeito parecia atrasar o
desenvolvimento da outra melhor parte – que era TUDO, menos a política.
Da
mesma forma, na questão das músicas, não há muito o que falar. É claro que
ambas as atrizes devem usar o auto-tune e não devem cantar daquele jeito, mas a
música no final foi a melhor de todos e esse composição será um prato
definitivo para a reviravolta que deve acontecer no próximo episódio.
Nashville
então apresentou um bom piloto, sem apressar nada. Conseguiu mostrar grande
parte de seus personagens, mas algo ainda tá faltando: Juliette, mesmo
possuindo o seu drama com sua mãe, só passou a imagem de ser uma garota
extremamente mimada e irritante, ainda. Não vi nenhuma forma de começar a
gostar da personagem, mesmo com sua personalidade forte e safadeza.