Agents of S.H.I.E.L.D. chega ao final de sua primeira
temporada. Será que o saldo foi positivo?
MAoS sofreu uma grande pressão, de todos os lados. Em sua
estreia a pressão era em se tornar o novo hit sensação da Marvel na TV, depois,
a pressão de não ser a decepção e por fim, de manter o nível e entregar um
finale que seguro de todo o crescimento que a série teve. Posso dizer de boca
cheia, ela cumpriu as expectativas e nos entregou um final de temporada digno
de uma produção tão bem amarrada, com humor, ação e aquele gostinho de quero
mais.
Esse foi um episódio que em quarenta minutos conseguiu
passar o que a série tem de melhor. Até a finalização do Garret e sua
reconstrução, que me deixou colado na cadeira enquanto eu via um personagem
assumir quase que 100% a mesma estrutura dos quadrinhos, a sua execução pelo
Coulson e o fim de um clichê totalmente desnecessário. Quem disse que
precisamos do Garret e sua loucura para a próxima temporada? Não precisamos.
MAoS disse isso com uma explosão. Em uma série tão bem amarrada e em sintonia
com o universo Marvel, a última coisa que precisamos é o reaproveitamento de um
vilão que cumpriu muito bem a sua missão. Garret veio, carregou o selo e a
ameaça da Hydra, foi além e saiu de maneira honesta. Ou seja, não queria mais
nada dele.
Diferente é claro da Raina e Quinn, que ainda tem muito a
oferecer a série. Ambos carregam mistérios que precisam ser solucionados e que
dão a conexão certa entre os perigos da primeira temporada e os riscos da
segunda. Ainda temos o mistério da Skye para resolver, algo que somente a
garota do vestido florido poderá ajudar e ainda temos o Graviton para
finalmente conhecer. Além do mais, eu disse na review anterior que é legal ter
algumas caras conhecidas para detestar na próxima temporada. E quem melhor que
Raina para dar segmento aos mistérios levantados na primeira? Essa personagem é
a mistura perfeita entre segredo e antecipação. Eu gosto da atriz, achei seu
trabalho maravilhoso e marcante.
Carregar para mais uma temporada o suspense ao redor de Skye
é inteligente. Nos deixa querendo mais e ao mesmo tempo próximos de maiores
informações. Claro, eu gostaria de ter visto algo mais interessante, porém a
cena final soube suprir um pouco essa minha vontade. O pai da Skye ainda está
vivo, e pingando sangue. Não sabemos o que ela irá se tornar, mas sabemos que
ainda teremos mais monstros para lidar.
Na ação e surpresas ficamos lado a lado de Nick Fury
novamente. Eu já sabia que o Samuel L. Jackson faria uma participação no último
episódio, mas não imaginava que seu surgimento seria algo tão emocional assim.
Mesmo com uma mão estendida para Fitz-Simmons, o ex diretor da S.H.I.E.L.D.
passou mais emoção que uma temporada inteira de Ward. Sim, ainda desprezo o
ator e acho que a melhor coisa que a série fez foi deixar ele como vilão.
Voltando ao Nick Fury, suas cenas coroaram os melhores momentos desse episódio.
Das conversas piadistas entre ele e Coulson (que tem uma química enorme em
tela), ao momento em que o novo diretor da agência é colocado como Vingador,
não poderia ter sido melhor. E é assim que se utiliza um personagem e um ator
tão fortes. Parabéns para a série que soube muito bem como conduzir toda essa
bem estruturada obra.
Falando em química, fico feliz que Fitz-Simmons tenham
sobrevivido e mais ainda por imaginar o impacto sentimental que a recuperação
de Fitz terá em toda a equipe. Porém, não sei vocês, mas eu não senti muito
sentimento colorido por parte da Jemma. Uma salva de palmas para os atores que
souberam muito bem como trabalhar a cena, dentro de uma caixa. Não é para
qualquer um. Ainda mais sabendo que apesar de vivo, Fitz poderá nunca mais ser
o mesmo, as vezes não é preciso matar o personagem para fazer alguém sentir
falta dele, basta matar aquilo que é mais característico, sua inocência.
O que comentar do Ward e sua quase redenção? Olha, a MAoS
soube muito bem brincar com nossas expectativas e medos. Do cara que no
episódio anterior recebia um flashback centralizado em explicar os motivos por
trás de sua faceta de traíra, para o último suspiro de um quase maníaco. Ward
não merecia perdão, não merecia ser compreendido e muito menos ser reintegrado
ao time do Coulson. Ward teve o que merecia,
prisão, uma bela surra da May e o desprezo da Skye.
Falando nisso, May foi simplesmente rainha do meu universo.
“Você nunca esteve por cima” e os pregos no pé, fechando com o golpe na
traqueia simplesmente me deixaram mais feliz que criança norte americana em dia
de promoção no fast food. Não tinha como ser melhor. Logo, o roteiro conseguiu
trabalhar muito bem seu humor em conjunto com todas as outras emoções sendo
pontuadas. Piadas no ponto, que me fizeram rir, ação bem coreografada, que me
deixaram ansioso e por último, um desfecho justíssimo para o Mike.
E por fim, a dúvida de todos era a respeito da utilidade de
MAoS após a queda da S.H.I.E.L.D. Bom, não resta mais nenhuma, correto?
Estaremos vivendo a partir da segunda temporada a reconstrução da agência de
espionagem, e nada melhor do que isso acontecer através das mãos do nosso
agente Coulson, que provou nessa temporada ser o único capaz de lidar com os
conflitos de um mundo tão complexo. Se a série deu uma guinada de qualidade com
a mudança de dinâmica pós Hydra comeback, ela soube muito bem fechar o arco com
mais uma. Não é brincadeira quando digo que MAoS soube muito bem explorar todas
as suas opções, fazendo desse “Begenning of the End” o ponto e virgula
necessários para mais um ano de surpresas agradáveis.
Nos vemos na próxima temporada, em que termos mais mistérios
para resolver e muito mais diversão. Agora nós já sabemos do que Agents of
S.H.I.E.L.D. é capaz.
PS. Pobre Fitz, quase morrendo, confessa seu amor e recebe
beijos em todos os lugares do rosto, menos na boca.
PS². Esse episódio não carrega muita abertura para teorias.
Infelizmente.
PS³. Quero agente Koening morrendo toda temporada e voltando
toda temporada. Pode?
PS4. Causa mortis – Costela na cara.
PS5. Skye safadinha, passando mensagens pro Deathlok. Por
isso que amo, menina.
PS6. Fitz-Simmons poeticamente discursando sobre morte e
energia. A religião dos nerds é linda.
Easter
Eggs
- A arma que Coulson recebeu do Nick Fury é chamada “arma
deus/god gun”, utilizada por Coulson no filme Vingadores para atacar o Loki.
- Podemos estar encarando o primeiro indício de um clone, ou
life model decoy, com Billy/Eric Koening. Nick Fury sempre usou (nos
quadrinhos).
- A língua estranha que Garret e Coulson rabiscaram já havia
aparecido antes na série, no episódio Eye Spy. Tudo indica que seja a conexão
com Guardiões da Galáxia. E meu palpite é KREE!