Um episódio simplesmente belo.
Não há duvidas
de que Parenthood é provavelmente o melhor drama familiar do momento na TV
americana. O ruim disso tudo é que, mesmo com uma audiência estável, a série
ainda não foi descoberta pelos outros americanos e nem pelo próprio canal, que
constantemente deixa claro que prefere promover outras séries que são ridículas
do que uma que é realmente de qualidade.
Não esperava
nada mais nada menos desse episódio. Não sabia o resto dos plots, mas sabia de
um: Drew vai virar papai. Não tem como não emocionar com o menino, que muitas
das vezes não consegue se expressar direito, mostrando uma vulnerabilidade
imensa quando se encontra no meio de uma situação delicada, principalmente
quando sua namorada não quer manter a criança.
Todas as
sequências envolvendo Drew e Amy foram ótimas. Com aquele básico choque
inicial, passando pelo apoio do namorado, que é completamente normal, até
chegar ao grande momento de descobrir quais são as opções. Independente da
reunião com a instrutora do Planned Parenthood, dava para perceber que Amy já
havia decidido o que queria há muito tempo. Uma pena, claro, porque Drew se
encontrou em uma péssima posição: ao mesmo tempo queria apoiar as decisões da
namorada como um cavalheiro, mas ele simplesmente não concordou com a solução
do ‘problema’. Quase todo mundo (Amy, Amber) tratou a continuidade da gravidez
como algo ruim, mas Drew pensa diferente. Afinal, é de uma vida que estamos
falando.
A cena em que
eles estão no carro, dirigindo, até chegar na casa de Amy foi belíssima. Não
precisava ter diálogo, como aconteceu em diversas partes do episódio. Já
sabíamos como cada um se sentia e Parenthood sempre foi mestre em mostrar seus
personagens da forma mais realista possível.
Porém, não
temos certeza se o aborto realmente aconteceu. Sabemos que Amy ficou
extremamente emotiva e quieta após a consulta, mas não temos certeza do que
aconteceu. E qual será o propósito de Sarah, episódio que vem? Ou será que esse
plot veio somente para juntar Sarah e Mark novamente?
Não há
duvidas, porém, que a série conseguiu lidar com uma situação deliciada da
melhor maneira possível. Não sei se alguém se lembra ou sabe, mas o criador de
Parenthood é o mesmo criador de Friday
Night Lights, outra série que é extremamente importante para qualquer
seriador, e ela era extremamente conhecida por conseguir mostrar dramas
adolescentes e de quase-adultos da maneira mais realista possível e consegui
enxergar muito da obra prima de Jason Katims nesse episódio.
Essa realidade
esteve presente no plot de Adam, Kristina e Max. Além da ótima edição com
‘Feeling Good’ tocando, toda a narrativa foi incrível. Mesmo que Max tenha
Asperger, ele ainda é uma criança. Um pré-adolescente, quase, que vai passar
pelas mesmas mudanças, sensações e vontades que todo garoto já passou um dia. A
série sempre acerta o ritmo quando quer mostrar que a doença é uma parte de
Max, mas não é algo que o define completamente. Ele não está preparado para
falar sobre sentimentos sobre garotas por causa de suas limitações, mas as
mudanças físicas é algo que ele consegue lidar. E para isso, precisa do
desodorante do papai.
E para
finalizar, o relacionamento de Julia e Victor está indo de mal à pior. Pelo
menos antes ele tentava mais um pouco, igual Julia, mas foi só colocar a
palavra ‘mãe’ no meio que o menino se tornou A PESSOA MAIS INSUPORTÁVEL do
planeta. Jogando essa objeção para o lado, devo dizer que estava esperando
Julia finalmente falar que não quer continuar com Victor. Estava sentindo que
iria sair logo, e ainda foi bem na frente da assistente social. Esse problema
de opinião divergente entre Joel e Julia com certeza ainda dará muito que
falar.
P.S: Me recuso
a comentar sobre o plot de Crosby, Renee e Jasmine. Homem chato da porra.
P.S: O
episódio foi dirigido pelo Peter Krause, nosso Adam. Fez um ótimo trabalho, sim
ou com certeza?