Luto é uma coisa complicada, que demora mesmo para ser trabalhada.
Não há
duvidas de que a temática de Go On sempre será a mesma. Ryan King passando pelo
seu luto enquanto tem que lidar com seu grupo de ‘transição’, que obviamente
enriquece mais ainda a série.
Porém,
sempre veremos a mesma coisa. Ryan não querendo lidar com a morte e não
querendo aceitar seus novos amigos. No episódio do aniversário, por exemplo,
por mais que tenha sido totalmente engraçada a caça ao tesouro, Ryan só fez
aquilo que andava fazendo nos episódios passados: negligenciar esse grupo.
O
problema da série se encontra nesse ponto: Ryan King. A série possui muitos
personagens e apenas um protagonista e, com apenas vinte minutos por episódios,
os roteiristas não estão conseguindo lidar com isso. E por mais que nosso
querido protagonista realmente é o melhor ator entre todos os outros, não faz
sentido só ele ganhar destaque toda hora.
Perceba
que nesse caso, posso citar facilmente Community, que tinha a mesma fórmula no
começo. Só Jeff Winger era o protagonista. Mesmo que isso ainda continua até
hoje, os roteiristas deram espaço para que os outros brilhassem, dando destaque
para os outros participantes do grupo de estudo. Quando Go On finalmente
entender que para continuar sua trajetória na TV isso tenha que acontecer, a
série finalmente alcançará altos níves de grandeza.
Até
porque, já deixaram claro que todos os personagens são atrativos. Por isso, foi
uma delícia darem espaço para Yolanda e Owen brilharem no oitavo episódio.
Sabemos que depois de Ryan, Owen é o mais importante e desde o piloto isso já
estava claro. Yolanda, por outro lado, só possuía alguns momentos com os outros
personagens e rondava os outros plots, sem realmente ter um plot genuinamente
dela.
A
química entre o grupo de transição é ótima, mas quando Owen e Ryan ficam
juntos, tudo fica mais delicioso ainda, uma vez que os dois são altamente
carismáticos, mesmo que Ryan seja um babaca na maior parte da série. Vale
ressaltar que ainda não tivemos nenhum momento ‘romântico’ entre Ryan e Lauren,
e mesmo que esteja na cara que os dois vão acabar ficando juntos futuramente, é
legal que os roteiristas ainda não começaram a desenvolver essa narrativa.
O clima
da série obviamente sempre será o mesmo. Vai ter algum momento em que a
narrativa ficará precária, mas não acredito que tenha sido o caso ainda. Go On
é uma série consistente e coerente, só não é inovadora, sempre fica na zona de
conforto. Por isso, quando a série finalmente perceber que o seu outro grande
atrativo são os coadjuvantes, Go On passará de uma série boa para uma série
excelente.