Seja
bem vindo à Avenida do Diabo.
666 Park Avenue é a nova aposta
da ABC nas noites de domingo. A série, um misto de drama, sobrenatural e
suspense, conta a história do casal Henry e Jane, que conseguem um trabalho
como síndicos do elegante prédio The Drake, mas mal sabem eles, que ao
assinarem o contrato, estão na verdade esperando pelo pior.
O piloto da série serviu para
apresentar bem os personagens. Perceba que quase nenhum piloto este ano
conseguiu realizar tal façanha, ou seja, já é algo à favor da série. Como toda
boa história, Avenida do Diabo não mente e já deixa claro sua proposta, mesmo
que com certeza haverá alguns plot twists no caminho.
A outra parte importantíssima
do elenco fica a par de Terry O’Quinn (nosso querido John Locke, de Lost) e
Vanessa Williams (de Ugly Betty e Desperate Housewives) como o casal maligno.
Um dos pontos que precisa ser bem explorado na série, como já vimos nesse
episódio, é a dinâmica entre o casal do bem e o casal do mal, dois opostos que
obviamente darão o tom para a série se desenvolver. Terry e Vanessa são os donos
do prédio, os poderosos Sr. Gavin e Sra. Olivia Doran.
Até os coadjuvantes, tirando a
cleptomaníaca vidente, foram bem apresentados. Até o sem sal Robert Buckley
(One Tree Hill), interpretando um escritor numa seca (nos dois sentidos da
palavra) se deu bem. Se bem que, a única coisa que ele precisou fazer durante o
episódio inteiro foi ficar espionando a loira gostosa do outro apartamento que,
por mágica, virou a assistente da sua mulher. Obviamente a traição vai ser mais
complicada – e prazerosa para acontecer.
Um dos únicos problemas da
série até o momento foram os clichês usados, sem contar a premissa, que já
vimos antes (o mais recente provavelmente é o Advogado do Diabo) e a relação de
Henry e Gavin obviamente lembra na hora do filme, então espero que não estejam
tentando copiar na maior cara dura a produção. Mas voltando aos outros clichês,
a forma pela qual o sobrenatural foi abordado não agradou. Usaram e abusaram
dos tipos mais comuns de cenas assustadoras e não era isso que a série precisava.
Ela precisava de um pouco de criatividade.
É interessante o ponto de
ligarem o sobrenatural com a ambição, cobiça, poder e sucesso. A série com
certeza tratará de temas ligados ao jogo da vida, mas precisa tomar cuidado
para não se agarrar muito nesse desenvolvimento e deixar os outros elementos
(que provavelmente serão os mais aceitos pelo público) para trás.
Outro ponto importante é a
tensão sexual que está presente em qualquer momento. Detalhe para o plot do
escritor na seca. Parece que o prédio anda correspondendo os desejos do
loirinho. Torci bastante para que a mulher fosse partida ao meio pelo elevador,
mas depois cai na real: até para uma pessoa chata, aquela morte não é o
suficiente. Esperava, porém, mais sensualidade na série, principalmente envolvendo
os principais (menos os velhos, claro) e o loirinho.
Só espero que a série seja
inteligente o suficiente para não jogarem todos os clichês do mundo em seu
roteiro, saiba apreciar o seu gênero e apareça semana que vem com, no mínimo,
um shirtless de qualidade por parte de algum membro da série.