Um procedural western. Ou quase isso.
Vegas, o novo drama de época da
CBS, mostra uma Las Vegas de 1960, pronta para seu grande boom de expansão,
conta a história do xerife Ralph Lamb (Dennis Quaid) e seus negócios com o
mafioso de Chicago, Vincent Savino (Michael Chiklins). Uma série que de
primeira parece um simples procedural, mas que com certeza evoluirá bastante.
Como toda série de época, Vegas
não faz feio com seus cenários, sua fotografia. Como um procedural, Vegas entrega
o previsível: um caso meia boca, com uma resolução fácil e previsível e claro,
pistas que no final não ajudam para quase nada. Como um drama, porém, já
mostrou alto nível de consistência.
Como todo bom piloto, Vegas
impressiona mostrando e desenvolvendo bem praticamente todos seus personagens.
Lamb (Ovelha) entra como ‘xerife’ só para conseguir que aviões não passem por
cima de seu gado, seu irmão, interpretado pelo Jason O’Hara, de Terra Nova, é
provavelmente a pessoa mais sensata da família e o filho de Lamb, é,
obviamente, o fornicador. Adoro que Lamb começa o episódio batendo em todo
mundo no aeroporto e o resto do povo, claro, nem ficaram chocados, continuaram
a fazer o que estavam fazendo sem nenhuma preocupação.
Carrie-Anne Moss (a Trinity, de
The Matrix) faz parte da promotoria, enquanto Savino é um mafioso que acaba de
chegar a Las Vegas, esperando controlar a cidade e passar por cima da lei para
conseguir o que quer. O mafioso é amistoso e não deixa ninguém bater em ninguém
se ele não deixar.
De primeira, Vegas me deu sono.
A parte procedural da série é vergonhosa. A sobrinha do governador é morta, o
governador nem aparece em cena e é dada como o crime mais badalado do mundo.
Infelizmente, Vegas fez a velha fórmula CBS: constrói toda uma expectativa
entorno do caso, mas saíram dele com a resolução mais vergonhosa e sem sal do
mundo. Porém, o restante do piloto é tão bem apresentado que dá vontade de
continuar assistindo só para descobrir porque diabos o xerife foi morto e quanto
tempo vai levar até Lamb pegar a Trinity.
Há algumas cenas que valem ser
comentadas: Muito nonsense um cavalo
conseguindo perseguir uma moto, mas Vegas não acha isso e claramente ainda vai
colocar muitos animais fazendo um trabalho de um carro. Vale lembrar que Las
Vegas ainda está pré-cassinos e hotéis luxuosos, então se está esperando uma
coisa luxuoso, fique sabendo que o episódio acontece, quase que inteiramente,
no mato do deserto.
Outra cena bem memorável do
episódio foi o disparo da espingarda pelo protagonista na roda de um carro que
estava indo muito rápido. Serviu também para mostrar que Lamb correrá qualquer
risco para trazer justiça à cidade e mais importante: a grande diferença entre
ele e seu quase inimigo, Savino.
Queria, porém, que Savino tivesse
mais função nesse episódio. Sem contar que mostraram um lado mais leve do cara,
quando ele fica bravo por seus capangas terem dado uma surra no ‘prisioneiro’,
mais cedo. Savino não pareceu muito perigoso, mas sabemos que isso vai mudar em
breve.
No geral, Vegas vem com uma
premissa já batida e peca em entregar um episódio extremamente procedural. Se a
CBS não mexer com a série (e provavelmente vai... Person of Interest, oi?),
Vegas se tornará excelente. Pode até ser que o mostrado até agora não tenha
sido muito excitante, mas vejo potencial para que a série cresça bastante.