Alerta
de Spoilers!
Existem coisas que True Blood sabe fazer como
nenhuma série, e isso é construir uma narrativa interessante e a arrasar em
apenas um episódio. Coisas que todos nós amamos odiar na série passam a ser
detalhes que passamos a gostar e algumas coisas que nós aprendemos a amar eles
tiram rapidamente.
Quando Russel apareceu na terceira temporada,
ele se tornou um dos vilões mais interessantes da série, em minha opinião ele e
MaryAnn são as duas peças mais bem trabalhadas em quesito personagens. Mais até
que os protagonistas, que vivem se envolvendo em avanços e retrocessos no
decorrer das temporadas. Logo, seu retorno se tornou algo valioso para a série
e todos nós esperamos que esse retorno e o confronto com a autoridade fosse
render e muito para a série. Mas assim que ele volta, o que acontece? Ele mata
um membro da autoridade, o mais interessante se posso comentar.
Tudo isso em prol da baderna que Russel fará
até a conclusão desse ano. Existiam maneiras mais inteligentes disso acontecer,
e pelo que vimos no trailer liberado na Comic-Con será Russel quem irá ditar o
rumo das ações dos personagens centrais. Não era necessário que Ramon fosse morto
para isso, muito pelo contrário, era necessário que ele ficasse bem vivo para
que existisse o confronto entre os vampiros mais velhos do mundo e O vampiro
mais velho do mundo (até agora na série).
Depois desse momento para odiar, True Blood
nos enfia goela abaixo uma nova trama para Alcide e uma nova trama para as
fadas. Alcide até que é interessante, mas não sei se ele conseguirá segurar uma
trama própria em uma série que a caracteristica central é não respeitar
desfechos secundários. E a tomada de Alcide como novo líder de matilha poderia
muito bem ter sido empurrado para o sexto ou sétimo ano da série, facilmente e
sem prejuízos para a série. Até por que, acreditar que Alcide decidiu se tornar
líder só por que os lobisomens locais estão trabalhando de novo para Russel,
não é tão crível assim, pelo menos não da forma que foi apresentado.
Enquanto isso, temos Sookie e Jason voltando
ao bordel das fadas e conhecendo Claude, irmão da falecida Claudine. Se todas
as vezes que o bordel for aparecer tivermos que esperar para ver a dança sem
graça das fadas, eu vou ser forçado a acelerar a exibição dessa parte. De
acordo com Claude, os pais de Sookie foram mortos por um vampiro que sentiu o
cheiro do sangue dela em um band-aid no banco de trás do carro dos pais dela.
Aposto que o tal vampiro é Russel e aposto que a morte dele terá algo a ver com
as fadas. Afinal, não é assim tão difícil de se esperar que seja Russel, ele
sempre teve um desejo pelo sangue de fadas e sua caracteristica principal nos
flashbacks da série é aparecer totalmente coberto. Claro que corremos o
risco de saber sobre esse desfecho apenas nos dois últimos episódios da série,
isso se não for no último (caso não seja Russel).
Não sei se sou só eu que ficou triste com a
não morte do Sam e da Luna, mas o que me estressou mesmo foi a cena no
hospital. Por que raios a Luna sussurrou para a ex sogra com a filha do lado
dela? A menina não é surda, aparantemente só idiota mesmo, mas não surda.
Coisas de True Blood. E graças a esses caçadores de shifters eu pensei que nos
veríamos livres de Hoyt, mas decidiram só sequestrar o boneco de Olinda super
maquiado de Renard Pérish. Agora teremos que engolir a investigação de Andy e
Sam, como se não tivéssemos coisas demais para aguentar nessa temporada. Vai
chegar uma hora que True Blood vai precisar de uma hora a mais para cada
episódio ou então duplicar a quantidade deles.
Você pode achar que estou exagerando, mas
acompanhe comigo as histórias que estamos tendo que acompanhar em apenas uma
temporada: Sookie e as fadas do bordel, Alcide e os lobos de Shreveport, Eric e
Bill na autoridade, Russel tocando o terror, Terry contra o Ifrit, Sam e Andy
procurando os caçadores de shifters, Tara e Pam no fangtasia, Jessica
perambulando por vários cenários diferentes e não fazendo nada de interessante.
Laffayete e sua busca pelo Jesus desencarnado. Luna e a ex sogra com a filha
chata no meio. Lilith e Nora. Olha, posso até estar me esquecendo de algo, mas
só essa pequena descrição mostra que a série que tem apenas 12 episódios para
concluir sua temporada tem mais arcos que séries que tem 22 episódios. Isso é
ruim, por que já estamos no meio da temporada e é nesse momento que as coisas
geralmente começam a ficar mais calmas antes de ficarem mais agitadas para o
finale.
Agora nos resta aguardar os próximos
episódios e tentar descobrir o que o futuro guarda para a série. De longe, eu
imagino que a série vai se perder mais um pouco até terminar esse ciclo. Talvez
o problema seja mesmo Alan Ball e com o sexto ano teremos menos para termos
mais.
Cenas para amar: “Jesus ama os viados”.
Cenas para desprezar: Despedida de Terry e
Arlene