Primeiras Impressões - Black Sails - O Mundo das Séries

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Wednesday, January 22, 2014

Primeiras Impressões - Black Sails




A era de ouro da pirataria chegou.
Alerta de Spoilers!


Antes de começar a review, só uma informação. A série estreia oficialmente no dia 25 de janeiro, porém o canal Starz liberou o primeiro episódio dela em seu site, assim como uma parceria entre eles e o Machinima, em que ele foi disponibilizado no Youtube, só que com cortes (nada de peitinhos, barba negra, sangue e palavrão). Fiquem atentos para essas versões.

Black Sails para mim foi tida como uma série que poderia acabar se tornando ou uma grande e grata surpresa, ou uma bomba colosal. Por muita sorte, esse primeiro episódio se provou exatamente o que eu mais queria, uma grata surpresa. Dirigido por Neil Marshall, o mesmo que não é estranho a batalhas marítimas, já que ficou responsável pela direção do belíssimo ‘Blackwater’ de Game of Thrones, o primeiro episódio da série conseguiu ponderar muito bem plot central, a busca pelo galeão espanhol Arca de Lima, o mini-plot da deposição do capitão Flint e a gana de Sigleton em conquistar o posto. Ou seja, um pouco de tudo para nos mostrar o que a série é capaz.

Sendo assim, aprendemos que piratas devem ser temidos, piratas precisam ser respeitados, mas então, o que dizer de Billy Bones, que perpetuará o dilema do pirata que não quer ser malvado? Eu, pessoalmente simpatizei muito mais com o canastrão John Silver do que com o bonitinho mesmo quando está sujo, Billy. Mas ambos perpetuam dois papéis que precisam existir dentro de uma série tão caótica. Caos é a palavra chave para Black Sails, a começar pelo próprio capitão. Cada detalhe, cada liderança, a própria ilha, são representações do incontrolável, mesmo onde existem leis.

As cenas de sexo são apenas cenas de sexo, adicionam pouco ou quase nada e se forem riscadas dos 60 minutos de episódio, não fariam falta. Mas o que eu estou dizendo? São ótimas de serem assistidas e perderíamos muito se elas não estivessem lá, ou esse é apenas meu lado pervertido falando mais alto e tomando conta desse review. O mais importante para nós é entender a política dos piratas, que vivem em uma espécie de democracia, o posto de capitão é elegível e nada mais útil, afinal, o verdadeiro ditador é o oceano. E como eu disse lá em cima, apesar de existirem leis, também existe a anarquia.

A ilha de New Providence, foi muito bem feita, o que eu temia era uma super produção que fugisse um pouco a realidade do local, que pertenceu a Inglaterra, mas que agora estava nas mãos dos piratas. Ou seja, ver que aquele era um palácio de sujeira, desorganização e negócios escusos cooperaram muito para que existisse uma imersão naquele mundo. Até por que, ninguém quer um efeito Maria Antonieta, da Sofia Coppola, certo? Nada de piratas limpinhos, mercados organizados e cabelos sempre penteados e hidratados. 

Pra ser mais honesto, em uma série de piratas, a última coisa que quero é me lembrar do Johnny Depp, os fãs que me desculpem, mas a afetação cômica do Jack Sparrow não tem lugar em Black Sails e espero que permaneça assim. Todos os personagens acrescentaram algo e ver o conflito com outros capitães como Capitão Vane nos dá a sensação de que as coisas não serão monótonas. Por que mesmo que a inteligência colonial (marinha) demore a dar as caras, sangue no oceano é o que não vai faltar.

Já falando no capitão Flint, uma das coisas que me incomodou um pouco foram às referências a “Ilha do Tesouro”, como se já não existisse o suficiente disso em praticamente todos os filmes sobre o tema. Afinal, existem muitos e muitos piratas que realmente existiram na vida real e que mereciam uma homenagem na série. Capitão Flint? Vamos dar uma modificada. Essa é a era de ouro da pirataria. Mas a verdade é que o canal quer mais assinantes exatamente por causa de Black Sails, isso nos mostra que esse apego a personagens conhecidos e de fácil assimilação é um condutor para agitar a audiência. Mas não refuto completamente a participação especial do Barba Negra, se é que vocês me entendem.

Da mesma forma que Spartacus, também filha do canal Starz, Black Sails não deve ser levada em total fidelidade ao momento histórico a qual está inclusa. Porém, a imersão que ela propõe nos permite sim fazer algumas conexões com relatos historiográficos. O dólar espanhol (peso ou peça de oito), por exemplo, existiu de fato naquele período e de acordo com muitos historiadores, foi o que deu a origem ao dólar americano. Assim, ele era utilizado no comércio entre Europa, Américas e até mesmo China, aumentando mais ainda as possibilidades para o futuro da série. Black Sails é uma produção que abusa das situações fantásticas, cenas tórridas de sexo entre prostitutas, batalhas grandiosas, mas tem em seu pano de fundo, detalhes que fazem por enriquecer a trama.

Isso é muito interessante, a série poderia muito bem ter usado a experiência de sangue e sexo que foi em Spartacus e ter nos entregado um misto de fantasia e ação desenfreada, mas existe certa parcimônia a principio, o sangue corre, mas não aos litros. E a história é muito boa, os personagens são bons e as relações que eles apresentam, são críveis. Os cenários foram em alguns pontos construídos em estúdio, nos dando mais realidade do que o mero abuso do CG e tela verde. Não se enganem, sou um fã de Spartacus e adorei a série do começo ao fim, não estou depreciando a obra, só estou feliz em ver um produto diferente e mesmo assim tão fácil de relacionar.

Algumas coisas vão um pouco além e mostram completamente o traço de Michael Bay, conhecido pelas explosões grandiosas de Transformers e as cenas um tanto quanto confusas de suas sequências. Um mastro de navio que ao ser atingido por uma bola de canhão faz o mesmo barulho que outro filme colocaria para a demolição de um prédio, por exemplo. Porém, as coisas aqui são um misto de sua era Armagedon com seu primeiro filme da franquia dos robôs. Existe a grandiosidade, mas também é fácil entender o que está acontecendo na tela, por que os personagens são desenvolvidos, mesmo quando não tem falas ou quase não as tem, um mero toque (no lugar certo), no caso da Anne, já nos mostra muito da personalidade dessa mulher.

Claro, um agradecimento especial deve ser feito para a série que colocou pelo menos três personagens mulheres fortes, com personalidades marcantes e motivações muito bem construídas. Existe esse espaço na série. Da “gerente” da ilha, a prostituta e chegando na vil pirata, eu como telespectador consigo gostar de cada uma delas, por motivos diferentes. Isso sem contar que logo chegaremos ao ponto das traições, alianças que começaram a se formar nesse primeiro episódio. Não podemos negar, existe espaço para desenvolvimento.

A grande pergunta que fica ao final do primeiro episódio é essa: Será que Black Sails será para os piratas o que The Walking Dead foi para os zumbis, ou o que True Blood foi para os vampiros? Existe toda aquela liberdade por todas essas séries serem de canais em que o conteúdo adulto possa ser liberado com gosto, mas o appeal, esse sim é quem ditará o futuro dessa novata. Afinal, Black Sails poderá ser um divisor de águas para os já esquecidos bebedores de rum e mais ainda, poderá fazer aquilo que Piratas do Caribe tentou e até teria conseguido se não tivessem perdido a mão em Dead’s Man Chest e At Worlds End, que de tão confusos, se tornaram desnecessários. Verdade seja dita, essa estreia merece um brinde com o melhor rum da prateleira.

Mapa na garrafa nº1 – O Starz botou fé em Black Sails e antes da sua estreia já a renovou para a segunda temporada.

Mapa na garrafa nº2 – Você não é o barba negra. Ah, você é sim.

Mapa na garrafa nº3 – Para quem assistiu The Secret Circle, ou pelo menos viu uma promo ou outra, aposto que vocês não imaginariam que Jessica Parker Kennedy um dia poderia interpretar uma prostituta de sotaque questionável e com tórridas cenas de sexo lésbico, né?

Mapa na garrafa nº4 – Anne Boony, eu te amo. 


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