Parks em sua excelência.
Desde o início do hiatus, uma pergunta não saia
da minha cabeça: Será que a série conseguiria voltar em 2013 com ótimos
episódios, como foi o caso do último e penúltimo episódio de 2012? Uma pergunta
pertinente, uma vez que a série já se mostrou um pouco instável em outros
momentos. Felizmente, não foi o caso. Os dois últimos episódios foram ótimos,
mostrando uma Parks que conhecemos e gostamos tanto.
Episódios de despedidas de solteiro sempre são
deliciosos, e esse não foi exceção. Esperava muita nerdice por causa de Ben,
mas não achava que uma simples noite de jogos RPG se tornaria em uma noite com
várias emocionantes experiências, incluindo o bar com bebidas de mixologia
molecular. Inapagável o uísque loção hidratante, Ron fucking Swanson mostrando
o melhor boi da região e claro, Jerry com seu sorvete que cai no chão a cada
meia hora.
As cenas da festa dos homens foram ótimas, mas
Leslie tentando calotar a construção do novo restaurante para os gordos de
Pawnee com certeza teve algumas boas cenas, principalmente a risada maligna e o
momento ‘ops, não devia ter feito isso’. Ainda sobre a despedida de solteiro, a
melhor cena com certeza foi a aparição de um stripper vestido de Abraham
Lincoln. Leslie, sempre uma nerd safadinha.
O único problema foi o grande destaque que
deram para a trama dos homens, mesmo que o arco central do episódio tenha sido
o problema de Leslie com os indígenas e o vereador. Sempre é bom ver uma dualidade
dentro da série, principalmente envolvendo os cidadãos de Pawnee e outra cidade
ou grupo que se estabelece perto. Sempre é um choque de cultura, como por
exemplo, o cacique querendo fazer algum tipo de voodoo para comemorarem a
empreitada.
Da mesma forma, o episódio seguinte serviu
bastante seu propósito: bons diálogos sobre a necessidade de mulheres terem
mais posições no governo. Aliás, não só no governo, mas no geral. E disso tudo
ainda tirando que Chris parece uma mulher, por ser um homem muito bonito.
Juntarem Chris com a repórter sem sal seria uma
péssima ideia por motivos óbvios, mas a série consegue equilibrar bem esse novo
relacionamento com todos os outros plots do episódio. Aliás, tudo foi muito bem
equilibrado, até as piadas apelativas, que geralmente podem soar bastante
ofensivas ou idiotas, mas a série sempre soube controlar e usar uma dose certa
para não beirar o ridículo.
Quando Leslie e April se juntam, dois opostos
se juntam. É legal, porém, perceber o tanto que April mudou (e já faz tempo que
isso aconteceu) e continua mudando, se tornando uma verdadeira substituta de
Leslie, tanto de trabalho como de motivação.
O relacionamento de Diane e Ron deu uma
avançada, já que o nosso querido servidor público agora até aceita receber as
filhas da namorada no trabalho. Mesmo não querendo, ele acabou aceitando as
duas e ainda fez um esforço para que elas consigam se manter ocupadas, por um
grande período de tempo. Mas tudo tem um limite e Ann Perkins precisou se
juntar no plot, afinal ela nunca consegue algo para fazer sozinha. É
provavelmente a personagem mais desvalorizada da série e com razão – ela
simplesmente não é engraçada e não traz nada novo na série, ela só consegue se
movimentar de plot à plot, de outros personagens, não conseguindo algo sozinha.
Como nenhum episódio consegue passar sem um derrapão, o plot de Tom foi
provavelmente o que menos agradou no episódio. Porém, a série é uma das
melhores e mais inteligentes comédias no ar atualmente, e mesmo estando um
tanto desacreditada, consegue manter um nível de qualidade acima da média.
Sempre.