A série
pode até ter mudado sua dinâmica, mas o coração de seus personagens continua o
mesmo, o que significa que mesmo quando um episódio não é tão genial quanto o
esperado, tudo vale a pena por causa desses lindos moradores de Pawnee.
O
quarto episódio, por exemplo, tinha tudo para ser um episódio épico da série.
Piadas de cunho sexual e de velhice sempre dão certas e por um momento até
funcionaram, mas no geral, principalmente os dois outros núcleos do episódio,
fizeram com que o episódio se tornasse mediano.
Tom
prefere ir pra cadeia a ficar sem sua tecnologia. Sem nenhuma novidade por
aqui. Entretanto, ao colocarem Tom e Ron juntos, boas piadas deveriam aparecer
e infelizmente não foi isso que aconteceu. A primeira cena do episódio rendeu
mais risos do que qualquer outra parte desse plot.
Os
velhos de Pawnee não tem mais nada pra fazer além de transarem, tá quase no
caixão e a outra tem dois parceiros... ao mesmo tempo. É tudo bem engraçado,
mas faltou usarem melhor os outros personagens, por exemplo, o casal louco do
celibato.
A parte
em DC não foi inspirada. Dava até para dar umas risadas de simpatia por
tentarem, mas todo o plot do ‘robô’ não funcionou. Outro mal uso de Ben e
April. A última possui tanto para mostrar e a série faz com que ela fique mais
contida. Achava que Parks conseguiria manter dois núcleos ao mesmo tempo, mas
infelizmente, não aconteceu.
O
quinto episódio foi bastante cômico. Jerry peidando adoidado enquanto estava
tendo um ataque cardíaco que na verdade era um fart attack foi impagável. Sem
dúvidas a melhor sequência cômica até agora nesta temporada.
Por
outro lado, os roteiristas conseguiram tornar Chris a pessoa mais caricata do
mundo. Antes, era até aceitável a maior parte de suas baboseiras de ser
saudável, mas já deu para perceber que não conseguem levar o personagem para
outro patamar. Uma pena. Funcionava melhor quando estava com Ann, mas até nesse
momento, Chris só era aceitável por causa dos foras que Ann dava em seu próprio
relacionamento – ou seja, ele nunca foi o centro de nenhuma narrativa.
A
química entre Ron e a Xena é aceitável, mas o plot ‘você não gosta das minhas
filhas’ é chato. Entretanto, é bom ver Ron com uma mulher, para variar. Todo o
sentimentalismo que ele não possui é o problema de todos os relacionamentos,
menos com Tammy II, é claro.
Estava
na cara que Ben não iria trabalhar mais com Jen. Cinco episódios já foi o
bastante para deixar longe de Pawnee, mas o choque por causa da aparição
surpresa que ele fez foi emocionante. Isso me lembra do episódio 4x06, “End of
the World”, que se manteve como um episódio bastante emocionante e não teve
quase nenhum momento cômico e que serviu de base para que o relacionamento de
Ben e Leslie crescesse ainda mais, com ótimas atuações.
Foi
isso que aconteceu no final deste episódio. Amy Poheler, como sempre, em uma
atuação invejável, mostrando que deveria sim ter ganhado o Emmy de melhor atriz
comédia esse ano, principalmente pela delícia que foi a quarta temporada da
série.
Em um
momento simples, mas completamente genuíno, os dois atores conseguiram trazer
lágrimas aos meus olhos e acreditem quando digo que isso não acontece com muita
frequência. Os personagens de Parks and Recreation são os melhores e a
excitação por um pedido de casamento que obviamente iria acontecer, mas que foi
uma bela surpresa, sem dúvidas mostra o poder da melhor série de comédia da
atualidade.