Made in Jersey é a nova tapa
buraco da CBS para as noites de sexta-feira. Ou melhor, era isso que pensava
antes de conferir o piloto desse procedural. Ano passado, a CBS debutou A
Gifted Man no mesmo horário, mas a série apresentou um episódio tão sólido que
estava na cara que daria certo. Estava errado.
Made in Jersey segue a mesma
linha de pensamento da CBS, porque o piloto da série é até aceitável de se ver,
mas peca em diversos outros aspectos que com o tempo obviamente se tornarão
irritantes para a maior parte da população. A série conta a história de Martina
Garretti (interpretada por uma atriz britânica, pasmem) que vem de uma família
instruída, sendo ela a primeira a entrar em uma faculdade, que vira advogada e
precisa se provar a cada caso, por todo mundo pensar menos da personagem por
causa de suas origens.
O legal é que Martina não
esconde de onde ela é. Ela realmente é de Jersey, fala alta, sabe tudo sobre
cabelos, unhas e produtos para cabelo. Essas últimas coisas foram, aliás,
cruciais para o caso do Piloto, mas foi exatamente por isso que a série se
perdeu no realismo.
Muito forçado que a personagem,
por ser do gueto, sabe tudo sobre quase tudo, como se fosse normal uma pessoa
perceber tudo e por essas percepções conseguir resolver um caso, aumentando
toda vez as descobertas, como se só ela em todo o mundo soubesse ler um
relatório criminal que fala que o que foi encontrado talvez não fosse sangue.
Porém, mesmo que pareça
estranho, a protagonista é bastante agradável, carismática. O problema é que,
obviamente, até o melhor advogado do mundo NÃO consegue arrumar a solução para
todos os problemas. Perceba que houve, no mínimo, três suspeitos diferentes
para o caso e sempre quando aparecia algum, Martina conseguia provas ou não
contra ele com a maior facilidade do mundo.
O que seria interessante de
assistir, que obviamente deveria ter sido o ponto principal do piloto, é o
bullying que a italiana ia sofrer dentro da firma, principalmente por causa de
suas roupas. O medo de se sujar com sabonete líquido é grande e isso
provavelmente será um tema recorrente na série.
A única que indiretamente fez
bullying foi a loira magra, alta e rica, mas ela nem sabe fazer bullying
direito, ou seja, não deve ser loira de verdade. Os obstáculos para alcançar
algo na firma deveriam ser mais árduos, e não foi isso que aconteceu nesse
episódio.
Made in Jersey vai seguir o
ritmo de “Drop Dead Diva” magra, porque o nível de comédia que teve nesse
piloto estava altíssimo. Ou seja, mesmo que a série consiga ser fofa em alguns
momentos, é só isso que Made in Jersey vai entregar até o final de sua
exibição. Ou seja, não espere muito da série. Porém, o Piloto até que entretém
bastante e se não fosse pela simplicidade da resolução dos casos pela
protagonista, a série seria até bastante interessante.