Alerta de
Spoilers!
Fazendo uma avaliação
sobre essa temporada de RuPaul’s Drag Race, eu só consigo pensar em uma coisa,
decepção. A série decepcionou muito nesse quarto ano. Muitas coisas aconteceram,
muitas surpresas e com exceção da saída de William e da surpresa do suposto
último episódio, toda a emoção acabou ficando nos conflitos entre as divas.
Comparando as temporadas até agora, a quarta foi a que mais
ficou atrás no quesito originalidade. As provas acabaram ficando cada vez mais
tediosas e nem próximo da dificuldade que elas tiveram nos três primeiros anos.
Nesse ano tivemos várias novidades, mas o “último episódio”
sempre é a já conhecida gravação do videoclipe de RuPaul, nesse ano a música é
Glamazon, do álbum homônimo.
Claro que já conhecemos a dinâmica desse episódio, as queens
se reunem junto com coreógrafos e gravam o vídeo com a participação de RuPaul.
A diferença é que nesse ano a participação musical de RuPaul já estava gravada
desde o começo das gravações da temporada, então por isso, decidiram nos dar
apenas uma interação entre Ru e as meninas com os tapas que ficaram tão
conhecidos no finale da terceira temporada.
Tudo ficou muito plástico e artificial. A temporada em si foi
muito fraca. O mais interessante nesse ano foram as relações entre as divas
entre si. As provas caíram em um grande marasmo e as regras sendo quebradas
acabaram demonstrando que a série tenta se reiventar em um quarto ano.
Geralmente séries reality demoram anos até mudar a formula.
Exceto em RuPaul. Esse
quarto ano eu julgo que foi um primeiro. As três primeiras temporadas foram
exceletes, mas infelizmente não tiveram a visão que todos queriam. A série
ficou conhecida e decidiram ir mais leve nesse ano.
Por isso, eu digo com pesar no coração, que até agora a
segunda e terceira temporada são as minhas favoritas. A série cresceu, ganhou
visibilidade, aumentou o valor da premiação de 100.000 mil dólares e sem
contribuição da All and Chuck.travel nos mostra que a série já tem visibilidade
suficiente para pagar sozinha o prêmio.
E é esse o motivo pelo qual a série aos meus olhos, decidiu
pegar mais leve, com as formulas que todos sabemos que dão certo. Diminuiram a
dificuldade das provas e brincaram com nossa cara.
Os três últimos, Chad, Phi Phi e Sharon são carismaticos,
são ótimos no que fazem e esse ano foi o mais elevado em nível das
participantes eu só queria que as provas estivessem ao nível delas.
Tudo começa mudando o tom, sempre temos no último episódio
os jurados principais apresentando a prova final, nesse caso tivemos o próprio
RuPaul. Já nos dizendo que as coisas não vão exatamente da forma que
conhecemos.
A realidade é que Sharon não dança, Phi Phi mais balança e
Chad é perfeitinho em tudo que faz. Mas tudo seria mais interessante se as
coisas tivessem seguido a tradição já conhecida.
O videoclipe foi sofrivel, colocaram todos os juizes que
passaram pela temporada sendo massacrados pelas três finalistas em uma coisa
ambientada em um apocalipse com três dragzilas. E o resultado final foi amargo,
completamente decepcionante.
Pelo menos uma coisa legal surgiu desse episódio, trouxeram
as campeãs da segunda e terceira temporadas (por onde anda Bebe? Ela morreu?)
para ajudar as meninas na interpretação que elas fazem com Ru.
Na passarela como sempre tivemos um show a parte de Chad e
Sharon. Phi Phi sempre fica no limiar entre o normal e o legal.
E para a decisão final, a rainha coroada é... ninguém. E foi
nesse momento que eu quase quebrei tudo aqui em casa, quase encomendei um par
de Iron Fist Shoes só para mandar de volta para a RuPaul coberto com fezes.
O que foi explicado é que: Para evitar que a informação
vazasse, a rainha seria decidida ao vivo no Reunited. Baboseira! Não aconteceu
nas temporadas anteriores, o que acontece nessa temporada é uma tentativa
gritante de mudar as coisas, trazer novos telespectadores, agradar o paladar de
héteros e gays e deixar tudo mais “circo” e menos glam.
O Reunited que sempre serve para deixar as coisas mais
apimentadas, resolver velhas brigas e nos dar finalmente a resposta sobre o que
o Willam fez para ser expulso, acabou virando um grito de desespero e
completamente sem sal.
Trouxeram uma platéia, exibiram ao vivo, coroaram a nova
Drag Superstar lá mesmo e ainda ficou um gosto amargo na boca. Essa ideia de
fazer uma apresentação ao vivo com as drags foi até legal, se exitisse
confronto. O único confronto que tivemos foi Jigli chorando e Willam chamando
Phi Phi de sociopata. Como tinhamos uma audiência ao vivo, as drags queriam ser
boazinhas, Phi Phi tinha que ser comportada por que, no final das contas a mãe
dela os fãs de todas as outras drags estavam na platéia. Qualquer confronto foi
amordaçado a partir dessa decisão.
Se não fosse Willam, esse Reunited teria sido um completo
desastre. RuPaul estava mecânica, as drags sentadas nas cadeiras, não teve
apelo emocional, tudo foi muito brando muito família. E pra mim, essa era a
ideia para essa temporada, um tempero mais comum e levemente apimentado.
Sharon justamente foi coroada a Drag Superstar, levou o
prêmio de 100 mil e nos deu um andado na passarela que quase me fez chorar de
rir. Eu queria que ela tivesse caído, mas não foi esse o caso.
Demorei muito para lançar essa review por que a decepção foi
muito grande, fiz apenas por que me senti no dever de comentar a temporada
completa. Se essas coisas acontecerem no próximo ano (que talvez será o all
star) eu juro que abandono.
Obs. RuPaul: vcs
votaram online para escolher a nova drag superstar, mas a decisão final é
minha. Ou seja, a campeã já estava
escolhida desde o final das gravações, tudo foi uma experiência para saber quem
acessa o site pra votar. Obrigado LogoTv.
Obs. O que o Willam fez? Se encontrou com o namorado dentro
do hotel. Decepcionante, não? O que me faz até cogitar o motivo pelo qual
Willam existiu nessa temporada.
Obs. Por que a coroa ficou menor? Ai que temporada bizonha.
Viagem total:
Willam já é conhecido, pra mim tudo isso foi uma combinação
letal. Willam apareceu para deixar as coisas interessantes, fazer marketing
para marcas de sapatos e roupas depois saiu pra dar um ar de surpresa, fazer
crescer a expectativa para o reunited ao vivo e lançar seu single. Sacada de
mestre, se essa foi a tentativa.