Os
efeitos colaterais de uma complicada storyline.
Semana
passada Parenthood nos apresentou um episódio onde tudo poderia ter dado certo
– só que infelizmente isso não aconteceu. Por mais que esse episódio tenha
apresentado algo mais interessante do que semana passada, não há duvidas de que
a história de Kristina está começando a ficar desgastante.
Semana
passada, colocaram Camille no meio, tentando trazer as duas juntas. Deu certo?
Mais ou menos. E outro problema do episódio foi também terem tratado os outros
plots com certa indiferença, como se o único plot decente da série fosse o de
Kristina.
Concordo
que é o arco principal da temporada, e Parenthood não desenvolve vários plots
para vários personagens em uma só temporada. O que eles precisam fazer é
desenvolver bastante todos os personagens e suas histórias, coisa que já fazem
desde sempre, para começarmos a nos importar MUITO com todos eles. Coisa que,
obviamente, já acontece.
Porém,
por mais que seja sofrível comentar, Parenthood começou a pecar ao se importar
só com Kristina. É triste? É. Mas e o impacto que o arco traz para os outros
personagens, além de Adam? Onde está o desenvolvimento? Ou ficaremos vendo
Kristina lidando com o câncer em uma situação rotineira até o final da
temporada?
Perceba,
por exemplo, o tanto de tempo de tela que deram para Adam e Kristina essa
semana. Sabemos que foi o final de semana inteira com o amigo de Max em casa, e
que obviamente o tratamento contra o câncer teria efeitos colaterais, mas
mostrar uma Kristina incapacitada, praticamente jogada, é o melhor caminho?
Nisso tudo, o único que conseguiu realmente se destacar foi Adam, lidando com
todos os problemas da maneira mais calma possível, mesmo que o personagem tenha
um temperamento forte.
O único
outro destaque, que felizmente foi a situação mais aceitável do episódio – que
estava na cara que ia acontecer cedo ou tarde – foi Sidney dando uma de criança
do capeta para cima dos pais, reclamando sobre a atenção que dão ao novo filho
e não para ela. Sidney obviamente, como toda criança, sente ciúmes. É uma fase
normal, e vendo como tudo estava acontecendo, ela estava mais do que certa em
tentar ‘sair’ de casa.
Ela,
porém, foi a única que brilhou nesse plot. Julia, que já se provou uma ótima
personagem, estava completamente apagada. Joel, nem se fala, né? Só está lá
pela cota de sensualidade.
O pior,
porém, foram os plots de Sarah e Crosby, que literalmente não evoluem. Crosby
sempre passou esse ar de irresponsabilidade, e com certeza ao se casar e se
tornar um pai isso iria pendurar. Porém, depois de tanto desenvolvimento de
personagem, principalmente ao descobrir o que é ser realmente um pai, fica um
pouco descontextualizado ele sendo uma CRIANÇA novamente. Achava que já
estávamos longe disso.
Sarah,
que é a segunda personagem principal da série, está estagnada em seu
relacionamento com Cyr, enquanto aquela participação que Ray Romano anda
fazendo na série também está começando a parecer somente um filler para que, do
nada, os roteiristas tenham que colocá-la com o chefe, quando o ator que
interpreta Mark não poder mais participar da série.
O plot
da semana, envolvendo Drew, trouxe à tona uma péssima característica da
personagem. Ela se preocupa demais com todos à sua volta e se sente na
necessidade de sempre ter todos os fatos. Em outras palavras, ela sufoca o
próprio filho e ainda fez isso atrapalhando o sentimento de confiança que Drew
tinha com Mark e que Mark tinha com Sarah. Convenhamos, porém, que realmente
deve ser super embaraçoso o SEU professor acidentalmente te ver fazendo sexo
com o filho da noiva.
Nunca
tive problema com os arcos de Parenthood, mas o fato da série continuar
mantendo os mesmos plots para os mesmos personagens durante toda uma única
temporada é o que faz com que a série se torne menos merecida. Porém, mesmo com
essa pequena singularidade da série, não há duvidas de que Parenthood continua
batendo de frente com outras séries do tipo e o melhor – consegue
ultrapassá-las.