Go On, a nova
série do ex-Friends Matthew Perry (que, obviamente, interpretava o querido
Chandler), teve sua preview logo após as transmissões diárias do canal NBC das
Olimpíadas. Uma jogada bem pensada, para dar tempo dos produtores mudarem
qualquer coisa que talvez não tenha sido bem aceitado pelo público, já que a
série estreia de verdade no dia 11 de setembro.
O episódio
exibido obviamente foi o Piloto. Perceba que até o nome do episódio traz
referência à finada Friends, com o The One with sempre sendo o início de todos
os episódios. Além da personagem do novo personagem de Chandler, er, quero
dizer... Matthew, as comparações com a série acabam aí. Go On não tem nada a
ver com comédia pastelão, e na verdade, parece muito com Community.
A premissa é bem
clichê: Ryan King (Matthew Perry) é uma personalidade de uma rádio, que perdeu
sua mulher quando ela decide que está na hora de mandar um SMS para o marido
comprar café (algo, que de acordo com ele, era de muita importância). Ele sofre
com a perda da mulher, mas decide não lidar com suas emoções, tentando continuar
seu trabalho normalmente. Seu chefe, Steven (John Cho), insiste em que ele
participe de dez sessões de aconselhamento de dor (ou seja, um grupo de ajuda)
antes de voltar ao ar. Quando ele chega ao grupo de ‘transição’, ele assume que
ele é a única pessoa sã e que deve NÃO levar a sério tudo o que está
acontecendo.
O papel de Perry
é aquele que já vimos em diversas outras produções: sarcástico, cínico, com
qualquer piada na ponta da língua. Desnecessário dizer que já estamos
acostumados, mas se levarmos em consideração o tipo de personagem, que era o
mesmo em Mr. Sunshine (outra tentativa falha de voltar à TV, em 2011) e Studio
60 On the Sunset Strip (que era uma ótima série, mas também não passou de uma
temporada), o que diferencia Go On de suas outras tentativas de sucesso?
Entenda que
Matthew deu uma ótima performance no Piloto, mas como disse no parágrafo
anterior, é algo que já vimos antes. A grande marca da série são os coadjuvantes
que aparentam serem até mais interessantes do que o próprio protagonista. Palmas
para a mulher nervosa que perdeu pra menina que teve o gato morto e claro, o eterno
Chris de Everybody Hates Chris, que se abriu pela primeira vez em dois meses ao
conversar com Ryan sobre os carros do Google Street View e caras que tiram o
dia correndo atrás deles só para aparecerem fantasiados na internet.
O episódio entretém bastante, em especial quando Ryan chega pela primeira vez na
terapia e decide que está na hora de brincar de Quem é mais FUdido na Vida, ou
seja, desabafos que deveriam ser dramáticos acabou se tornando uma das cenas mais
divertidas de todo o episódio. Sem contar que a mulher latina ganhou a
competição, sendo que ninguém lá entendia o que ela estava falando.
A série lembra
bastante Community em seus primeiros episódios, aliás, lembra quase a essência
da série inteira (um cara precisa lidar com um grupo bem diverso na questão
personalidade) e Scrubs. A semelhança com Scrubs é mais evidente, já que a
série consegue pular da comedia para o drama em questão de segundos, igual
Scrubs fazia principalmente nas primeiras temporadas.
Claro que não dá
pra ter certeza se uma série será boa só vendo o Piloto, principalmente uma
comédia. Pode demorar alguns episódios para que a série se torne sólida, mas
pelo o que foi apresentado até aqui, deve eventualmente se tornar um sucesso e
provavelmente será a única comédia que Matthew Perry conseguirá emplacar depois
do blockbuster Friends.