Uma boa ideia com uma péssima execução.
Copper é a
primeira série da BBC America com um roteiro original. Há dez episódios
ordenados para a primeira temporada, mas a pergunta que fica é: você realmente
vai aguentar os próximos?
Obviamente, a
série tinha tudo para se tornar um hit. A premissa não é original, mas é
interessante. Só faltava mesmo uma melhor execução e desempenho do Piloto, que
infelizmente não foi um bom jeito de começar a série.
Copper se passa em Nova
York, em 1864, no notório bairro Five Points, bem conhecido por possuir
diversos imigrantes e ser uma região instável. Somos apresentados ao detetive
Kevin Corcoran (Tom Weston-Jones), um imigrante irlandês. A série o seguirá,
enquanto o detetive navega pelas ruas corruptas de Nova York tentando encontrar
justiça para os pobres e impotentes.
Nós logo descobrimos que Corcoran também tem
laços com um filho de um rico industrial, Robert Morehouse (Kyle Schmid), ao
ter lutado na guerra civil e Matthew Freeman (Ato Essandoh), um médico
Africano-Americano, que secretamente auxilia-lo com as investigações forenses.
Um dos pontos
positivos é descobrir que Kevin, que se mostrou malvado na primeira cena é,
na verdade, um bom samaritano (quando quer, é óbvio). Não tem medo de tomar as
rédeas da situação e passar medo em quem precisa para conseguir o que quer
(positivamente falando).
De cara, há a
tremenda necessidade de parabenizar a equipe de fotografia da série por
conseguir mostrar como Nova York era naquela época, onde prostituição infantil
era algo que obviamente acontecia praticamente no meio da rua, sem ninguém
achar estranho.
O protagonista,
cuja esposa está desaparecida, deixou uma boa primeira impressão. Mas aparentemente,
todo o arco central da série será sobre o amor tórrido que vai acontecer entre
o próprio e a menina, ou seja, pedofilia vai rolar solta.
Pareceu que o
Piloto não era bem um piloto, já que não houve algumas das (básicas)
características que uma série deve mostrar na primeira oportunidade:
aprofundamento, ou pelo menos diferenciação de personagem, um bom protagonista,
um roteiro interessante e no caso do procedural, um bom caso da semana.
Não tivemos uma
boa apresentação dos personagens, até o protagonista mesmo não parecia muito
certo do que estava fazendo ali. O roteiro, porém, foi um dos piores. Em séries
de época (que não são chamadas épicas, ok?) o roteiro precisa fazer a maior
parte do trabalho e destacar-se no meio de tantos outros elementos.
Infelizmente, não foi o que aconteceu em Copper. O roteiro era raso, previsível
e cheio de diálogos esquecíveis. A previsibilidade já aconteceria só pelo fato
de que o assassino era um dos imigrantes ricos e influentes, ou seja, com
certeza uma pessoa que NÃO era desse nipe ia levar a culpa por algo que não
fez.
O passado do
protagonista deverá ser uma das bases para a série em diante, principalmente
qual é a sua relação na Guerra Civil e com a Condessa. Outro personagem que se
sobressaltou foi o amigo chocolate, Matthew, que obviamente ainda vai sofrer
muito em casa por possuir um amigo caucasiano.
Mas no final,
Copper é realmente uma história de amor. Mesmo com alguns pontos positivos, no
final, o Piloto se mostrou completamente arrastado, para uma resolução óbvia,
com um péssimo roteiro. Fingiram que explicaram várias coisas, só que não
explicaram nada. A série é cheia de potencial, só espero que a bagaça melhore daqui em diante. Seria bem triste
se a BBC não conseguisse emplacar uma produção original americana, considerando
que possui inúmeras britânicas. A originalidade e a criatividade só se
encontram do outro lado do Atlântico?