Grimm - 1.01: Pilot [Pre-Air e Series Premiere]

“The wolf thought to himself, what a tender young creature. What a nice plump mouthful…” The Brothers Grimm (1812). Quem aqui já leu algum dos contos dos irmãos Grimm, sabe que na verdade, tudo não passa de uma grande orgia, com fadas taradas e bruxas que na verdade são a expressão da maldade humana. Já a série Grimm não passa de uma tentativa desesperada de ser Buffy e Supernatural ao mesmo tempo.

Alerta de Spoilers!

Quando eu vi  a menina com a blusa vermelha, ouvindo Sweet Dreams, eu logo pensei “Ora, ora, não é que começou de uma forma bem interessante”. Mas conforme a musica continuou tocando eternamente, eu comecei a ficar preocupado. E esse era o primeiro detalhe da minha preocupação.

Grimm nos mostra a vida de um caçador de criaturas fantásticas que pensávamos não existir além dos contos de fadas. Grimm na verdade, é a forma que são conhecidos os caçadores dessas criaturas. Grimm são os lobos malvados que os lobos malvados temem antes de ir dormir. E nosso protagonista é um desses.

Tudo passa através da linhagem, e é ai que Buffy entra, além é claro de serem mais eficazes do que Supernatural, mas mesmo  assim carregarem alguns detalhes que a série gosta de se apoiar. Quais detalhes seriam esses¿ Fácil, em Buffy as criaturas são malvadas e pronto, não conseguem se esconder atrás de uma face humana, um lobisomem é um lobisomem e pronto, um vampiro é um demônio sem alma, incapaz de ser bom. Já em Supernatural, todos são aparentemente humanos, mesmo que sejam o contrário disso. Grimm é na verdade uma junção dessas duas séries, em sua mitologia as criaturas fantásticas são aparentemente humanas, exceto quando mostram seu rosto verdadeiro.

Ainda não ficou muito claro se somente os Grimm podem ver os rostos verdadeiros, ou se humanos também podem. Não digo do fato de identificar a existência de um dos monstros, mas sim do fato deles voltarem a forma humana quando morrem, isso deve significar que humanos também podem ver sua verdadeira face.

Nesse primeiro episódio somos apresentados a trama central, e aos personagens centrais. O drama da tia Maurie, que não morre de forma alguma, o laço existente da família Grimm, Juliet, e todos os elementos que já existem por aí já tem um tempo. Esse é o pecado capital de Grimm, não mostrar nada de muito diferente do que já existe. Quando Lost Girl veio a tona, eu pensei, legal, uma série que me lembra Buffy e Angel, muito bem feita, e com um diferencial, ela gosta de meninos e meninas, e o sexo é sua arma principal. Grimm não me mostrou esse diferencial, e espero sinceramente que no segundo episódio da série isso venha a tona. Principalmente por causa da chave que Nick ganha da tia imortal.

Nick é tudo que um herói precisa ter, o clichê mais simples. Está prestes a propor para a namorada, é um policial, não conhece o mistério da família, luta entre a negação e a aceitação. É tudo bem batido, até o fato do seu ajudante ser uma das criaturas. O lance do parceiro. Sabe quando você termina de assistir uma série ou um filme e tem aquela sensação de que já viu tudo isso antes? Pois com Grimm é assim mesmo, só que não é só uma impressão, você realmente já viu tudo isso antes.

A série não é ruim, muito pelo contrário, é boa, é divertida, os efeitos não impressionam, mas também  não decepcionam. Não tem nada de novo na formula ou nos elementos centrais da série, mas consegue no final, ser satisfatória. Agora, fica a duvida, sendo David Greenwalt, parceiro de longa data de Joss Whedon (criador de Buffy e Angel), fica a duvida. Será que tudo foi uma homenagem bem feita aos tempos de ouro do sobrenatural na TV, ou será que ele decidiu se basear na formula já conhecida e frutífera para nos dar, mais do mesmo? Se for o ultimo caso, sinto em dizer que a série não vai conseguir se apoiar sendo apenas uma cópia. É preciso ter muito mais para contar, especialmente quando tudo já foi feito antes.

Não vou abandonar a série, por que como eu já disse antes, é o tipo de gênero que me atrai e me interessa, mas espero uma trama mais cativante.