Mais uma vez estamos aqui, rumando para um season finale de
TVD e adivinhem a surpresa? Eu até gostei desse episódio. Uma coisa é fato,
precisamos aceitar logo que a Elena é o centro do universo e que a série
deveria se chamar The Elena Diaries, por que é o que importa no final das
contas. Independente do que acontece na temporada inteira, sempre nos vemos a
mercê de Eleninha.
Imaginem o alivio ao ouvir que Stefan e Elena agora são os
últimos doppelgangers existentes no mundo todo. Uma pena que Tom tenha morrido
de verdade foi tão estranho ver o Paul Wesley interpretando alguém tão leve,
sem toda a carga emocional pesada e clima de tensão constante que Stefan tem.
Mas doppelganger bom é doppelganger morto, se não pelo bem da série e desse
artifício muleta, mas pelo bem de quem escreve sobre ela sem precisar ficar
digitando esse nome horroroso. Verdade seja dita, chega de cópias, humanas e de
plot.
Apesar de ter achado esse episódio bom, ainda vejo que a
série continua utilizando os mesmos objetos para montar seus plots. Luke e Leia
Liv precisam impedir os Travelers, que são bruxas inferiores e que por algum
motivo precisam do sangue dos últimos doppelgangers para seu objetivo final.
Poderia ter sido melhor? Poderia. Mas mesmo com essa camada mais fraca eu ainda
consigo me relacionar bem com que virá a acontecer até o season finale. Já
aceitei que o mundo gira ao redor da Elena mesmo, isso facilita muito continuar
com a série.
Outro aspecto interessante foi a tal emancipação de Jeremy.
Não tão verdadeira assim, por que no final das contas ele só saiu de casa para proteger
a irmã. Se é que isso faz muito sentido. Mas foi bom ver o personagem tendo um
pouco de voz e um tipo de voz menos chata do que a usual. Porém, acaba tirando
um pouco do brilho da transformação da Elena, que até agora mudou quase nada,
já que ainda escuta quieta enquanto os homens brigam para defendê-la. Que
decepção de vampira, devia ter aprendido algumas coisinhas já. E Tyler? Perdeu
completamente a utilidade quando virou ao lado de Matt, lacaio do Jeremy. Isso
sim é queda.
Claro, a trama teria ficado melhor se não tivéssemos passado
pela história da Katherine no meio da temporada. Vejam bem, estou reclamando
meramente da forma com que as tramas foram direcionadas. Katherine não mereceu
o destino que teve, sua trama se arrastou mais do que deveria e eu ainda faço
parte daquela parcela que acredita piamente que sua morte deveria ter sido a
utilizada no centésimo episódio e só. Depois de sua “quase morte” foram cinco
episódios em que a série trocou os pés pelas mãos e só nos enrolou. Confirmando
minhas suspeitas de que o assunto acabou antes da quantidade de episódios. Se
estivéssemos lidando com uma série de 13 episódios, nada disso teria
acontecido. Passou da hora de diminuírem TVD, pelo bem de quem ainda gosta da
série.
Ainda temos mais cinco até o final da temporada, momento em
que a série não pode se dar ao luxo de derrapar novamente como vem fazendo com
tanta frequência. Reitero o que disse, o essencial seria que TVD voltasse para
o sexto ano com menos episódios. Obviamente os roteiristas não estão sabendo
lidar com o excesso de gordura nos roteiros e o produto final tem sido mediano,
as vezes até abaixo do esperado. Não é meramente um problema com o showrunner,
é um problema coletivo com as mentes por trás da série que não conseguem trabalhar
seus personagens da forma que trabalharam nos primeiros três anos da série.
Tire por exemplo o relacionamento entre Damon e Elena, que
vem sendo arrastado, torturado e espancado sempre. Por muito tempo eu fiz parte
do grupo que pedia pela oportunidade de ter Elena e Damon juntos, agora eu só
quero que eles se distanciem. Existe aqui um trabalho muito forte (não, não é
de macumba) para transformar esse relacionamento em algo cada vez mais pedante.
Está exaustivo. Quem sofre com tudo isso
são os personagens que também acabam aprisionados em um limbo de discursos
repetidos, em que tudo gira ao redor do relacionamento calejado e já terminal.
Achei a interação entre a Caroline e Enzo muito melhor do
que o esperado. Porém, tem todo um ar de Damon e Elena 2.0. Ou só eu fiquei
imaginando isso? O ar bonzinho e coração feliz da Caroline e a loucura
psicopata do Enzo remetem muito a era de ouro de TVD. Porém, ainda estou
inseguro a respeito do momento Stefan e Caroline abraçadinhos. A série já
passou por tanto que isso não me chocaria nem um pouco.
Resumindo, Rescue Me
se for comparado a outros episódios conseguiu ser bem melhor que a encomenda.
Mas se formos comparar com outras temporadas, talvez ele seja o mais inferior
nos termos de pré-evento de season finale. Afinal, esse foi o momento de
preparar o terreno para o arco que terá fim só no final da temporada, quiçá
começo da temporada que vem. Ou seja, The Vampire Diaries tem um caminho
tortuoso a seguir e eu ainda continuo com um pé atrás, afinal, ainda não estou
vacinado contra esse vírus louco que também me faz querer matar vampiros. Mesmo
com todas as ressalvas possíveis, vejo que essa é uma série que ainda consegue
cativar, me deixar interessado, porém o poder não é tão forte assim, continuo
me lembrando de tudo o que já sofri com ela até agora.
Ps. Eu quase morri de rir quando vi Elena e Damon tentando
dar lição de moral no Jeremy por causa de umas faltas e coladas na sala de
aula. Alguém aqui consultaria a médica Elena Gilbert? Ou se aconselharia com a
advogada Elena? Eu não.
Ps². Finalmente a cena mais aguardada do mundo. Gangbang de
espíritos atravessando a Bonnie.
Ps³. TVD reciclando plot de outras séries agora, monstro de
sombra direto de Once Upon a Time. Estamos de olho.
Ps4. Bonnie na biblioteca. Para estudar? Não, para espionar.
Quem cuida da educação desses jovens?
Ps5. Se nada mais tivesse acontecido o episódio teria valido
a pena só pela fogueira humana coletiva.
Ps6. Damon chamando os meninos de 18 anos de perdedores por
estarem em um bar bebendo e sem perspectiva de vida. Sabe Damon, você tem 150 e
está na mesma situação.