“Você
quer um coração? Você não sabe o quão sortudo és por não ter um.” O Mágico de
Oz.
Que belo retorno para Once Upon a Time. Fazia muito tempo
que eu não sentava na frente da televisão e me divertia do início ao final de
um episódio. Para ser honesto, eu mesmo não via muitas coisas interessantes no
começo da temporada ou (parecendo muito cruel com a série) a segunda temporada
praticamente inteira. Continuei por
sempre acreditar que uma hora ou outra a série voltaria a me encantar como fez
em seu ano de estreia, mesmo com todas as indicações de que ela não chegaria a
fazer isso.
New York City Serenade fez bem, ou melhor, parece que o
hiatus foi de grande ajuda para as mentes por trás da série. Se no começo desse
terceiro ano as coisas tropeçaram e foram lentíssimas, passando pelas sofríveis
cenas dos meninos do batuque com o Peter Pan, a chatice gigantesca em ter que
aguentar toda a balela em cima do “coração do verdadeiro crente”, agora tudo
mudou. Não podemos julgar apenas um episódio como salvador da série, que irá
redimir todos os deslizes que vimos até então, mas posso imaginar que esse é um
sinal de que mudanças estão em processo.
Acredito que a série está finalmente passando por uma
renovação. De Going Home, que mais pareceu um series finale do que um episódio
de meio de temporada até New York City Serenade eu vejo praticamente todos os
efeitos do botão de reset que foi acionado por Regina ao levar todos os
personagens de volta a Floresta Encantada. Parece que estamos vendo uma nova
Once Upon a Time, uma OUAT clássica, parecida com a que vimos na primeira
temporada só que com uma roupagem um pouco diferente. Apesar de não ser o ideal
essa comparação, entre nova OUAT e clássica, é a única forma justa que consigo
ver essa transição.
A própria velocidade com que as coisas aconteceram e a nova
inclusão de flashbacks que deverão cobrir os eventos ocorridos dentro do ano
esquecido pelos personagens me mostram melhoras no roteiro. Ágil, com falas
ótimas e momentos interessantes.
Eu por um bom tempo fiquei com pena da Emma, sofri por
imaginar que a vida perfeita em que ela nunca precisou abandonar o filho, logo
estaria perdida. De certa forma, Regina a garantiu seu final feliz. Mesmo com o
sentimento de que algo estava faltando, a relação entre ela e Henry foi tudo
aquilo que nós queríamos que acontecesse para a personagem, que de fato merecia.
Mais uma vez, repito: Essa metade de temporada está parecendo muito como uma
sequência. É como se todas as coisas que aconteceram do piloto até o episódio
11 da terceira temporada fossem um arco só. Se estivéssemos assistindo a um
filme essa seria a sequência dele.
Passei então a encarar essa como uma nova Once Upon a Time.
Que de certa forma aprendeu com seus erros e não irá mais nos forçar a
acompanhar histórias tediosas e com pouco apelo sentimental. Só que ainda não
me esqueci da Neverland horrorosa, da magia sofredora que uma hora queriam
erradicar, outra propagar, de um arco inteiro dedicado ao personagem mais chato
da série, Henry. Estou vacinado e minhas expectativas apesar de terem aumentado
muito, permanecem precavidas.
Todo o cuidado e esmero da série em pintar em Nova York
alguns elementos de Mágico de Oz me mostram que a série está sim se levantando.
Como por exemplo, o topo do Empire State brilhando verde como a cidade
Esmeralda vista pela primeira vez por Dorothy. Esses detalhes que chamam a atenção, deixam
tudo mais bonito e mostram que não estamos só assistindo, estamos entrando
naquele mundo (de novo) junto com os personagens e sendo absorvidos pelas
mesmas sensações e emoções que eles estão passando.
A inclusão da Wicked Witch foi muito boa, uma perfeita forma
de aproveitar o material clássico dos contos de fadas que todos nós amamos.
Porém, não se enganem. Ainda não dá para ter certeza de que ela foi responsável
por banir todo mundo de volta a Storybrooke. Isso mais me parece uma medida
desesperada de salvar a todos do que de prejudica-los, já que lá seria o lugar
mais adequado para fugir da Bruxa Má.
Vocês viram que o Henry acabou adotando a postura da Snow
nesse episódio? Afinal, alguém precisava ser a voz sábia para Emma. A voz que
iria dar conselhos de relacionamento e a mostrar que às vezes precisamos
aproveitar o bom. Eu notei essa sacada, redatores.
Gostei muito desse episódio, como vocês podem ter notado
pela review. Fazia muito tempo que eu não me via tão interessado e feliz com a
série. Fazia muito tempo que eu não sentia meu coração sendo quebrado pela Lana
Parrilla como na cena em que a Regina enterra seu coração para não sentir dor.
Eu honestamente estava sentindo falta desses momentos. Acho que a última vez
que me apiedei da Regina foi lá na segunda temporada, no episódio The Cricket Game, com sua cena chorando
no carro enquanto via Henry se afastando dela.
E só para constar, se existem pessoas (se é que isso é
possível) que ainda se opõem ao futuro romance entre Hook e Emma, saibam que a
bonitinha passou oito meses brincando de médico com um MACACO voador. Se já não
bastasse Neal barriguinha de chopp, ela agora pode incluir na lista oito meses
ao lado de um babuíno com asas. Isso sim é ter o dedo podre.
Por falar em Neal, eu não quero ser muito superficial, mas
tipo assim: Todo mundo que voltou para a Floresta Encantada passou a usar as
mesmas roupas que estavam usando no momento que partiram por causa da maldição.
Certo? Por isso a do Charming tinha aquele corte e sangue. Pois então,
Neal/Baelfire não devia estar em alguns trapos remendados? Como assim ele volta
com roupa de príncipe? Eu até entendo a Snow aparecer naqueles trajes, que
serviram para esconder a barriga de grávida da atriz, Neal por outro lado não
tem motivo nenhum para se envergonhar da dele, todos nós já conhecemos. Alguns
de nós até amamos.
Brincadeiras a parte, estou ansioso para esse restinho de
temporada. Que por uma sorte gigantesca correrá livre e sem interrupções. Né? E
que a Dorothy e o Totó apareçam na série, assim como o Homem de Lata, Leão e
Espantalho. As vezes a série me decepciona um pouco quando pega alguns
personagens que dariam muito certo na série e o adaptam para outros já
existentes, como no caso Úrsula e Regina (apesar da Úrsula existir).
Ps. Emma chegou em Storybrooke às 8:15 minutos, dois dos
números de LOST.
Ps². Regina fez uma citação a Cachinhos Dourados. “Ninguém
come meu mingau e ninguém senta na minha cadeira”. Onde estão os três ursos?
Ps³. “Ele tem cheiro de floresta”. E todos nós sabemos que
você está interessada nesse pau brasil, Regininha.
Ps4. E vocês achando que pintura corporal só era aceita no
carnaval, né? Imaginem a quantidade de guache verde que não foi utilizada para
pintar a cara da Zelena.
Ps5. Cadê OUAT fazendo crossover com o Brasil? Vamos sonhar
com o dia em que a Cuca irá contracenar com a Wicked Witch e o mundo irá ver o
que é uma bruxa verde malvada de verdade.