Porque Katherine Pierce é uma
sobrevivente.
Contém Spoilers
Quando uma série começa, ela precisa
conquistar bons números de audiência pra conseguir uma temporada
completa. Depois de conquistar uma temporada, o próximo passo é ser
renovada para uma segunda temporada. Não são todas as séries que
conseguem temporada completa. Dessas, as vezes metade não consegue a
renovação. E como a tendência é sempre afunilar, poucas chegam ao
centésimo episódio. The Vampire Diaries faz parte desse seleto
grupo.
Um centésimo episódio marca um
momento único dentro da série. Por isso, a espera por ele é grande
e as expectativas vão lá no alto. Se 500 Years Of Solitude
foi o melhor episódio de TVD? Não. Mas com certeza conseguiu seu
espaço entre os melhores. 500 Years Of Solitude não
precisava mesmo ser O melhor, só precisava cumprir o papel de ser um
episódio especial e memorável. E isso, minha gente, conseguiu fazer
com maestria.
E já
que vamos comemorar cem episódios de TVD, nada melhor do que focar
na vida de uma das personagens mais queridas e cretinas que a série
tem, Katherine Pierce. Kath nunca precisou aparecer em todos os
episódios para ser querida (por nós), ou temida (pelos
personagens). A simples
menção a seu nome já trazia memórias dolorosas aos irmãos
Salvatore. Kath ainda espalharia medo, mortes e mentiras por onde
passasse, afinal, ela era uma sobrevivente.
Só
que como voltou a ser humana, o processo de envelhecimento era rápido
e restavam poucas horas de vida para Katherine. Seus alvos
comemoravam sua partida. Entre um shot de bebida e outro, relembravam
o quanto Katherine havia infernizado a vida de todas as pessoas que
cruzaram seu caminho. Além de ter sido algo engraçado, esse momento
proporcionou aos telespectadores uma rápida viagem por todas as
temporadas. Foi excelente relembrar todos os arcos que compõem a
doçura e amargura de gostar de TVD.
Como
mostrado, nem sempre Katherine foi essa bitch que conhecemos. Uma
série de acontecimentos fez com que uma parte da alma de Kath
ficasse sombria. A perda da filha e o massacre de sua família foram
culminantes para que ex-vampiranha saísse mundo afora se importando
única e exclusivamente consigo mesma.
Foi
muito bonito da parte do Stefan aliviar as lembranças dolorosas de
Katherine e oferecer um pouco de paz para ela. Cada um reage de uma
forma perante o sofrimento. Kath preferiu fazer todos sofrerem, numa
espécie de vingança contra o mundo. Foram quinhentos anos correndo
do Klaus, quinhentos anos nos quais ela não encontrou nenhum tipo de
sossego.
Assim
como Stefan, Elena fez sua parte de ser uma personagem coração bom
e perdoou Kath. A cena foi super bonita e Nina Dobrev merece aplausos
por conseguir transmitir exatamente os sentimentos de cada uma
naquele momento. Elena estava apenas sendo Elena, enquanto Katherine
continuava sobrevivendo.
Outra
cena bonita foi a conversa entre Nadia e Katherine. Senti que tudo
ali foi muito sincero. Não é como se elas pudessem voltar atrás e
recuperar o tempo perdido, mas, elas podem, daqui pra frente, fazer
as coisas de forma diferente e se fortalecerem. E vendo como tudo
acabou, Nadia e Katherine vão fazer uma dupla toda trabalhada na
cretinice.
Uma
coisa que eu percebi em 500 Years Of Solitude
foi a recuperação da personalidade de alguns personagens. Uma certa
roteirista aí achou bacana
encarnar suas vontades na Caroline de uma forma que era impossível
assistir as cenas da personagem. De uma das melhores transições
humano-vampiro, Car passou a ser uma personagem chata e mimizenta. E
de mimizenta já basta Eleninha. Foi libertador ver Car voltando a
ser Car, fazendo comentários desnecessários e engraçados. E
falando na moça, que belo presente os roteiristas deram para os fãs
de Klaroline. É uma pena que não dê pra dar continuidade na
construção do casal agora que ambos estão em séries diferentes.
Damon
também foi outro que começou a recuperar sua essência. Não que eu
o queira de volta como vilão, mas também não quero o Damon
servindo como capacho da Elena e perdendo traços de sua
personalidade por causa disso. Gosto do Damon como personagem canalha
e sarcástico que ele é.
Para
completar o pacote, ainda tivemos algumas aparições de personagens
muito queridos. Mesmo que tenha sido coisa de segundos, cumpriu bem o
objetivo proposto. TVD é o que é por causa de todos os personagens
que um dia passaram pela trama. Confesso que estava assistindo ao
episódio bem até o momento em que o Alaric apareceu. Em poucas
palavras, Ric conseguiu despertar amor e lágrimas. A amizade que ele
tinha com o Damon era uma das coisas mais lindas da série. A
relação entre eles era genuína.
Quero
saber é como vão desenvolver esse negócio da Kath e Elena no mesmo
corpo. Pode ser surpreendente ou um desastre. Espero que traga
agilidade na trama e muito plot twist. Ainda temos os Viajantes
pegando um pouquinho de sangue doppelganger. Agora é aguardar pra
ver o objetivo da macumba.
Aproveitando
o clima de nostalgia e perdão, eu vi 500 Years Of Solitude
como um episódio de desculpa pela horrenda quarta temporada. Ver o
que TVD já foi, ver quantos personagens incríveis já passaram por
essa série, relembrar as reviravoltas na trama… Conseguiram fazer
um episódio extremamente singular e que nos fez lembrar o motivo
pelo qual gostamos da série, bem como ela é, cheia de erros e
acertos. Porque, se Katherine é uma sobrevivente, nós também
somos.
PS:
Mais avulso que o Tyler, só dois dele.
PS:
“Hello fingers… goodbye fingers.”
– John. Bom humor é tudo nessa vida.
PS:
Trilha sonora desse episódio estava impecável.
E
vocês, o que acharam desse episódio?