Eu te peguei, não foi? Eu disse que
iria te pegar.
Contém Spoilers
O episódio passado
já tinha sido ótimo, mas The Caller foi excelente. Ver essa
sequência satisfatória só me deixa ainda mais ansiosa para ver o
que foi que aprontaram no ducentésimo episódio.
Quando temos
crianças no meio dos casos, os fatos tomam uma proporção
gigantesca. Jamais esqueço de Into The Woods, nono episódio
da sexta temporada. Foi de revirar o estômago acompanhar a cena do
garoto voltando da floresta, uma sensação de impotência tomava
conta de todos os telespectadores. Por mais que o contexto de The
Caller fosse completamente diferente, a sensação foi a mesma e
a agonia só aumentava com o decorrer dos minutos.
Tudo começa quando
a equipe é chamada para investigar o sequestro de um menino. Reid
rapidamente lembra de um caso em aberto parecido e que ocorreu há
quinze anos. Em situações assim, onde o tempo de dormência do
unsub é grande, uma das primeiras hipóteses cogitadas é a de um
imitador. Porém, com o andar das investigações, a equipe de Hotch
descobre que o unsub era o mesmo. Só faltava traçar o perfil do
criminoso e dar início a caça.
As ligações que
antecediam o crime eram sinistras. Aliás, todo o caso foi construído
com um aspecto meio macabro e cheio de tensão. Gostei de como as
coisas se desenvolveram, as cenas mesclavam angústia e esperança e
o ritmo adotado encaixou muito bem na trama. O desfecho foi
extremamente triste, mas serviu porque aproximou o telespectador de
algo real. Na vida, nem sempre o final é feliz, e a série conseguiu
passar isso muito bem.
Uma palavra que
define bem The Caller é: trauma. Muitas vezes, eventos
traumáticos são o divisor de águas na vida das pessoas. Cada um
reage de uma forma e escolhe a maneira como lidará com essas marcas
da alma. Da mesma forma como aconteceu em Strange Fruit, aqui
a vítima acaba virando o criminoso. O unsub canalizava todo o seu
ódio nas famílias que ele julgava parecer com a sua. O ódio era
tão intenso que ele passou a enxergar sua família em todas as
outras famílias, o que bastava para que ele cometesse o crime.
E assim como o
unsub era preenchido por traumas, a família do garoto também ficará
marcada para sempre. Por mais que eles tivessem feito de tudo pela
segurança do menino, eles vão se sentir culpados. O pai do garoto
era extremamente protetor, vasculhava a vida de todos os amigos do
filho para saber se ele estava em boa companhia. Jamais suspeitaria
do professor de informática do garoto. A cena onde ele encontra o
corpo do filho foi de arrepiar. A atuação do Doug Savant foi
impecável, ele conseguiu transmitir todo o desespero do pai, foi
inevitável não ir as lágrimas.
Ainda tivemos
citação ao Brasil, com o famoso estereótipo de prostitua
brasileira que se dá bem no exterior. E aquele português HORRÍVEL?
Parecia muito mais com o português de Portugal do que com o
brasileiro. Foi o único deslize que Criminal Minds cometeu nesse
formidável episódio.
PS: Ai, Reid, você
tinha que salvar a Blake?
PS: Fiquei com o
coraçãozinho na mão vendo a JJ sozinha no meio da floresta.
Imagina no tão aguardado episódio 200º, onde ela será o foco? Vou
precisar de atendimento médico.
E vocês, o que
acharam desse episódio?