He’s climbing in your
windows. He’s snatchin you people up.
Nada melhor do que começar a
review com a famosa Bed Intruder,
afinal, foi isso que Tyler Lockwood se tornou, um rancoroso e vingativo
sequestrador de mulheres grávidas. Escondam suas mulheres, escondam suas
crianças.
A leva de bons episódios de The
Originals parece que não quer parar e eu espero que isso não aconteça tão cedo.
O misto de antecipação e uma boa trama tem galgado o caminho da série.
Muito inteligente utilizarem
Tyler como primeiro crossover entre TO e TVD. O personagem já estava muito
apagado em TVD e merecia uma nuance diferente. A verdade é que o principal
papel dele em Bloodletting é de ser
mais um a guardar rancor de Klaus. Era óbvio que Tyler apareceria apenas para
se entregar a própria morte. A série não mostraria tão cedo uma forma de matar
originais sem que houvesse uma consequência para toda a linhagem de vampiros
que descendem deles. Também é mais obvio que eles não matariam Klaus, um dos
personagens principais da série. Logo, o propósito de Tyler é balançar as
coisas da única forma que ele sabe, sendo burro.
Sozinho, Tyler não é capaz de
nada. Sendo assim, a única atitude inteligente dele é se aliar a Marcel. Claro
que isso não ocorre devido a sua inteligência e perspicácia, mas sim a seu
recalque ao perceber que entregar a gravidez de Hayley para o vampiro mais
poderoso (depois dos originais) em Nova Orleans era a única forma de atacar
aquele que ele odeia.
Tyler não foi inteligente em
momento algum. A informação que causou a cisão entre Klaus e Elijah no final do
episódio foi entregue sem querer. Eu acredito que Klaus não tenha considerado a
possibilidade de que seu filho pudesse ser a forma de criar novos híbridos.
Então, sem querer, Tyler conseguiu distanciar os irmãos. Não fico muito feliz
com essa história de criar híbridos com o sangue da criança milagrosa
anticristo ou sabe-se lá o que. A trama atingiu seu ápice com Klaus matando os
12 híbridos em TVD, esse foi o ponto final. Tanto na série, quanto nos ensejos
de Klaus. Que essa ideia fique apenas como ameaça, nunca como propósito.
O nome do episódio faz
referência a técnica de sangramento utilizada no passado para purgar doenças do
corpo humano. Como ninguém precisou sangrar nesse episódio, técnica utilizada
para fazer com que vampiros ou humanos que tenham verbena em seu sistema possam
ser compelidos por outros vampiros, entendo que esse título se refere a maldade
e imaturidade de Klaus, sua doença que precisa urgentemente ser sangrada.
Klaus continua sendo mimado e
incapaz de amadurecimento. O principal problema do personagem é não ser capaz
de ouvir críticas ou ser contrariado. Automaticamente ele entra na defensiva, e
nós já sabemos que a única forma de defesa que o híbrido conhece é o ataque. Até
o momento eu não consegui ver muita inteligência em Klaus. As pessoas o
“respeitam” por causa de sua mania de arrancar o coração de quem o contraria,
ou morder, ou prender em um caixão por um século. Mesmo assim, quando alguém
mostra um pouco de desconfiança nele e em uma possibilidade de redenção ele se
mostra um parvo e age da forma mais imbecil possível. Onde está a racionalidade
desse ser que se diz tão superior? Se alguém achar, me avise por que eu ainda
estou procurando.
Klaus vive em uma TPM emocional
eterna. Qualquer palavra que o “magoe” é o suficiente para que ele se torne
inimigo de quem a proferiu. Era só uma questão de tempo até que Rebekah se
virasse contra o irmão. Vejo racionalidade em tudo o que Marcel disse, enquanto
Klaus estiver vivo, ninguém terá paz. O que me leva a pergunta: Será que Klaus
é capaz de redenção? Ou melhor, será que nós conseguiríamos acompanhar a
história se ele se redimisse por todos os seus crimes e virasse um pai e irmão
exemplar? Acho que não. Imagino que essa imagem dele nunca será colocada de
lado, precisamos desse anti-herói, a série precisa. Tudo o que nos resta
esperar é por um pouco de equilíbrio, um pouco de maturidade. Não é pedir
muito.
Veja bem, Klaus decide que a
melhor forma de controlar Marcel e continuar com seu plano de destronar o
vampiro é utilizar Rebekah como espiã. Tudo isso depois de ter avisado para ela
que sabia muito bem como Marcel tinha encontrado a casa deles. Conhecendo a
irmã como conhece e sua fraqueza com relacionamentos eu só consigo imaginar que
Klaus esteja a usando (novamente), não dá pra acreditar que ele confiaria nela
a esse ponto.
Por outro lado, fico
extremamente feliz que o relacionamento de Marcel e Rebekah tenha sido mais
trabalhado, ao invés do básico Rebekah sendo usada por outro homem. Essa minha
felicidade se dá por dois motivos bem simples. O primeiro é a falta de Camille
na série, quanto mais tempo passarmos sem ela, melhor. O segundo é o fato de
que podemos estar finalmente olhando para o primeiro homem que definitivamente
poderá se sair como um bom par romântico para a vampira. Teve até plano de
construção de casa e assassinato do irmão, quer mais que isso?
Ainda acho que a série poderia
mudar o tom e esquecer que Rebekah precisa de um homem para se completar. A
visão que fica no final é que sem um parceiro, ela não consegue viver a vida.
Qual o problema com isso? Nenhum, se já não tivesse sido tão saturado no
passado. Vamos dar outras possibilidades para a personagem, chega de ficar
batendo sempre na mesma tecla. Eu não sei bem o que os roteiristas pretendem
com esse romance, mas meu maior medo é fazer dele o que a série já anda
fazendo, a previsível saga de Rebekah Mikaelson, que se apaixona, é usada só
para depois ser largada na sarjeta sozinha. Meu problema com Rebekah é
unicamente esse, sua única motivação é amar e ser amada, mas uma vez que ela
alcance o que tanto deseja, o que nos sobra?
Pobre Davina, só quer um amigo,
só precisa de um amigo. Mas infelizmente eu só consigo antecipar a traição.
Esse é um fato que a série faz questão de empregar sempre. Todo mundo acaba uma
hora ou outra traindo alguém, por qualquer motivo que seja. Fazer amizade com
Josh pode não ser tão bom assim (futuramente) para a bruxa. Mas foi legal ter
essa pegada mais leve no episódio, enquanto tanta coisa ruim e com grande carga
emocional ia acontecendo. Imagino o que possa vir a acontecer quando Klaus
descobrir que Josh não está mais a seu serviço e sim contra ele. Será essa a
motivação para que Davina se rebele contra o original?
Achei legal que pegaram a trama
da Hayley e sua família e aproveitaram a presença de Tyler para dar uma
aprofundada no assunto. Só que eu acabei achando que talvez, o episódio não
precisasse disso. As coisas estão caminhando de forma muito rápida.
O que a série precisa tentar
fazer mais é não ser tão “salada mista”. Ou a probabilidade dela se perder mais
a frente é grande. Já temos muitas ameaças e a cada episódio elas só crescem,
às vezes, dar uma desacelerada é melhor. Ainda temos muitos episódios até a
season finalle e já diz o velho ditado, menos é mais. Claro, a série pode muito
bem se utilizar dessas várias ameaças e acabar as integrando em uma só (como já
vem fazendo), mas de novo, o ideal seria se conter. Não dá pra mudar o foco ao
final de todo episódio em prol do cliffhanger da semana. Às vezes, terminar o
episódio sem nenhum grande choque pode ser mais favorável em longo prazo do que
ficar abusando desse recurso sempre. Não estou reclamando, isso foi só uma
preocupação minha. Por enquanto a série tem sido bem coesa.
Ps. Elijah não pode morrer,
mesmo com a mordida. Isso só mostra que Klaus realmente é uma criança, que
morde os outros quando contrariada.
Ps². Tragam Caroline para Nova
Orleans, matem Camille e Tyler e eu serei feliz para sempre.
Ps³. Que tipo de música você
gosta? – Club, trance – Ham? – Sabe, tunts tunts tunts. “Davina e Josh no
melhor diálogo EVER!”