‘The Axeman Cometh’ repete os erros de American Horror Story, mas ao menos consegue colocar algumas peças nos seus devidos lugares, atribuído um pouco de clareza e objetividade a trama.
Tivemos um conto um pouco isolado (e realmente incomoda a esta altura) que vem com o claro objetivo de substanciar os episódios enquanto as peças vão pouco a pouco se encaixando. Ainda sim tivemos um bom desenvolvimento da historia.
E neste sentido Zoe emerge como uma personagem mais interessante. Todas as bruxas que vimos sabem conviver bem com seus poderes, no entanto se assemelham por serem demasiadamente individualistas, o que é exatamente a pior característica para se ter enquanto encaram a extinção. Dito isso, Zoe pode até não ter uma grande experiência com suas habilidades, mas reconhece a necessidade de união do coven. Afinal queimar bruxas aliadas não é exatamente a melhor ideia em um conflito entre clãs.
Toda essa premissa nós ajuda a entender melhor aonde a série quer chegar. E se no episódio anterior tínhamos a impressão de ver dois centros narrativos distintos, aqui percebemos como ambas as tramas se relacionam. Em suma, o clã de Fiona só estará apto a enfrentar Laveau quando seus membros aprenderem que devem deixar as aspirações individuais de lado.
E neste panorama é satisfatório perceber que Marie Laveau também usa métodos mais sutis do que zumbis para exterminar as jovens bruxas. A constatação de que Hank é um assassino contratado pela moça quase anula o gosto amargo deixado pelos episódios anteriores onde Marie se mostrou como uma antagonista não tão ameaçadora quanto sua pose impõe.
‘The Axeman Cometh’ é interessante por ter colocado a temporada em perspectiva, mas ainda falta algo em Coven. Temos personagens interessantes e tramas empolgantes, mas que passam longe de se concretizarem em algo próximo do que vimos em “Fearful Pranks Ensue”, episódio que continha toda a essência de American Horror Story. Kyle ainda parece desconexo dentro de tudo aquilo e Misty tem seu potencial subaproveitado. Falta um pouco de ousadia a temporada, não tivemos uma ameaça real nem um movimento de mudanças drásticas. Seis episódios que apenas reafirmam promessas de que em algum momento algo grande vai acontecer, entretanto no episódio seguinte, tudo volta a um ponto em que as coisas parecem demasiadamente calmas.
É desanimador constatar isso em uma temporada com tanto potencial. Não temos uma temporada ruim, mas longe de empolgante quanto propunha. Afinal, que grande desastre pode ocorrer que não seja facilmente acertado pela Misty?