Não é boa, é péssima e deveria vir com um aviso do Ministério da Saúde.
Ainda não estou conseguindo entender por que eu permaneci 40 minutos na frente da televisão assistindo a OUTA in Wonderland. O mais complicado de entender é como eu não cometi lobotomia no lugar da Alice para poder esquecer todas as atuações fracas e efeitos pavorosos que eu vi. Se a tentativa era recriar o mesmo hype gerado por Once Upon a Time, é fácil dizer que esse spin-off não chegou nem mesmo perto, pior ainda, pegou tudo aquilo que em OUAT é péssimo e elevou a décima potência.
Começando pela trama, que de tão boba rivaliza com Crepúsculo. Romance não explicado, uma veneração não justificada e tudo o que menos queríamos, a possibilidade de um triângulo amoroso. Eu queria que Alice tivesse usado seus três desejos para explodir toda a Wonderland e enterrar a trama banal dessa série.
Sem comentar as falhas de roteiro evidentes de uma série que não respeitou sua série de origem. O Knave of Hearts aparece andando por Storybrooke, até então, tudo bem, afinal a cidade esteve por 25 anos presa em uma maldição onde ninguém envelhecia. Só se esqueceram de uma coisa, Alice não faz parte do mesmo período, quando mostram o fusquinha amarelo colocam o Knave lá no futuro. Quer dizer que o Coelho Branco tem o poder de voltar no tempo? Afinal, se formos seguir aquilo que Once Upon a Time nos ensinou, nesse período a rainha de Wonderland seria Cora, não essa estranha rainha vermelha.
Olha, não consigo compreender a escalação desse elenco mais medonho. O pior de tudo é que essa rainha não foi inventada para a série, ela existe na sequência Through the looking Glass e tem uma personalidade muito mais marcante do que a passada pela atriz Emma Rigby, que não é ruim. Que raios de direção foi essa que escolheu que a Rainha Vermelha deveria se comportar como um androide? Não existe paixão, não existe raiva, nem mesmo beirando a morte, tudo é bem superficial.
Mas essa superficialidade não está ligada apenas a vilã, também está nos personagens principais e até mesmo na dublagem do Coelho Branco, que chega a oscilar de volume em montagens de cena que claramente foram feitas por uma equipe que não tinha o menor comprometimento com a obra.
Junte isso aos efeitos porcos e completamente opacos e você terá tudo o que OUAT in Wonderland não deveria ter. A série começa morta com sua audiência e não teve nenhuma força para lutar contra as adversidades de um horário tão capenga na ABC.
A cena final com Alice e o Knave andando pela Wonderland foi tão tosca e porca, que eu tive que acelerar para ver se eu não perderia nenhuma fala a mais antes de desligar a televisão. Ainda estou passando pelo processo de desintoxicação e digo com total fé que não voltarei para mais nenhum episódio dessa série que só conseguiu acentuar todos os defeitos possíveis em um roteiro. Se a produção da série pega um texto fraco mas o trabalha bem em montagem e efeitos, fica menos feio. E pensar que a ABC é da Disney, mesma empresa que tem um FUCKING parque temático e não se esforça para pelo menos usar o que não serve mais para fazer um cenário que não seja grama falsa. Nada justifica esse piloto, nada.
Nem mesmo Naveen Andrews, que até ficou legalzinho no papel de Jafar conseguiu levar nos ombros toda a bestialidade que foi esse episódio. Mataram tudo o que Aline no país das maravilhas tinha de bom, fizeram uma fusão porca com Alladin e no final, nós que sofremos com esse piloto que deveria ter dado lugar a qualquer outra produção.