A recontagem de um clássico ou outra procedural sem graça?
Elementary, a
nova série da CBS, cuja data oficial de estreia é só dia 27 de setembro, foi
disponibilizada logo quase um mês antes para atiçar os curiosos e aqueles que queriam
uma desculpa, ou seja, uma forma rápida e prática de não acompanhar a série
durante a próxima temporada.
É uma recontagem
do clássico do Sir Conan Doyle, Sherlock Holmes. Há diversas obras do
personagem e pessoalmente já li dois ou três livros sobre. Conferi a série da
BBC (muito boa, devo acrescentar) Sherlock, que estreou ano passado e conferi
os filmes, que são os mais realistas – considerando os casos apresentados e não
Sherlock Holmes em si.
Elementary, por
outro lado, não consegue fazer jus ao personagem. Não me entendam mal, eu
adorei a forma pela qual Johnny Lee Miller retratou a figura clássica, trazendo
algumas características atemporais do famoso detetive, mas no final do
episódio, a obra parecia mais um procedural qualquer do que qualquer outra
coisa.
Já havia uma
grande manifestação nas redes sociais pelo fato de terem transformado o fiel
companheiro de Holmes, Watson, em uma personagem feminina. Lucy Liu ficou com o
personagem. Também não encantou. Não há dúvidas, porém, que ambos são ótimos e
carismáticos de maneiras diferentes e que possuem uma boa química juntos, mas é
inegável que todos os outros aspectos da série pecaram – e muito.
O mínimo que um
procedural deveria entregar é um caso interessante. Não foi isso que aconteceu,
infelizmente. Além disso, por ser sobre Sherlock Holmes, o próprio Holmes
deveria solucionar tudo de maneira bem dedutiva, que beira o irreal, mas isso é
Sherlock Holmes e se eles estão baseando a série na obra, por favor, mantenham
as coisas interessantes.
Infelizmente,
foi isso que o Piloto não conseguiu ser. Não passou nem um pingo de interesse,
forçou a barra ao colocar os principais logo conversando sobre questões muito
íntimas no primeiro dia de convivência, como se fosse normal isso acontecer na
vida real.
Outro ponto
importante é que a série não faz nenhuma menção a qualquer mistério ou arco
principal que motive o telespectador a conferi-la nos próximos episódios. Temos
vilões fodásticos na vida de Sherlock Holmes, seria bem mais interessante se
introduzissem algum plot do tipo logo no Piloto.
Porém, era mais
do que óbvio que a CBS iria seguir a linha criminal procedural de quase todas
as séries que ela possui na programação. Tudo o que foi mostrado no Piloto é
batido, tem milhares de séries que lidam com os mesmos temas. O interessante
seria ver Sherlock Holmes resolvendo os casos, deduzindo as coisas mais
inimagináveis, mas de alguma forma, que faria todo o sentido no final.
Entretanto, não
esperava muito da nova série. Sabia que estava me metendo em outra série
procedural, com todos os mesmo elementos, mas o que me motivou a vê-la foi o
simples motivo de que não seria um policial ou detetive qualquer e sim,
Sherlock Holmes.