Ou seja, eles acabam
virando nossos heróis, pegando as dores, tudo. O motivo pelo qual eu
acho que as pessoas acham a série tão profunda é por que
conseguimos ver que não são pessoas ruins tentando arruinar a vida
dos outros. Eles são essencialmente pessoas boas, que querem fazer o
que é certo, mesmo que as vezes a tentativa acaba sendo frustrada
pela própria ignorância, falta de compaixão ou empatia.
É o que torna essa série diferente de muitas
outras e também das novelas: a complexidade dos personagens. Por
exemplo, a briga entre Cosby e Jasmine: é claro que Crosby está
bravo pois além de estar namorando o médico, o médico também está
brincando com Jabbar. Ele tem todo o direito de se sentir assim. Mas
Crosby não é malvado por causa de todas as coisas que ele fez.
Foram só coisas que ele fez por causa da própria personalidade.
Julia, por exemplo, ao ficar brava quando a garota
do café fala que não tinha um contrato. Dá pra sentir por que ela
se sentiu daquele jeito, da mesma forma que é compreensivel porque
Kristina deu um colapso antes de ir para o minigolfe, já que ela
está em um grande estress e tem também uma grande necessidade de
sempre estar com a família junta e apoia-la sempre.
Amei o fato de que o filme favorito de Seth e Sarah
é Vertigo. Seth é a Kim Novak e a Sarah é o James Stewart,
tentando mudá-la para tentar fazê-la aceitar ele próprio. Essa
coisa que faz com que ela sempre sinta na necessidade de deixá-lo
voltar à vida dela e das crianças. Essa necessidade vai acabar
trazendo mais mágoa do que qualquer outra coisa.