Falta alguma coisa. Ou será que faltava?
Alerta de Spoilers!
Detesto fazer reviews duplas. Mas Fringe me forçou a fazê-lo, primeiro por causa do hiatus GIGANTE que a série teve, de quase um mês (FOX vadia), eu ainda me senti inseguro com essa quarta temporada. E pretendo, fazendo alusão aos dois episódios, demonstrar todos os meus medos.
Fringe tem feito um excelente trabalho em demonstrar com coesão, as consequências da não existência de Peter. Fez isso nos entregando um Walter inseguro e mais louco do que o comum, uma Astrid mais livre e uma Olivia que mais trabalha do que vive (apesar de não ter mudado muito). Com o episódio Subject 9, temos finalmente a interação fisica de Peter enquanto seu corpo permanecia preso no limbo. Para isso, temos a primeira interação de Olivia com outra criança criada pelo Cortexiphan.
Isso se nos lembrarmos que na segunda temporada o motivo pelo qual Olivia conhece outros com habilidades especiais, fruto das experiências de Willian Bell e Walter, foi para resgatar Peter da outra dimensão, sem Peter, Olivia não chegaria a conhecer esses.
O que está acontecendo com Fringe então? Já que a série se mostrou capaz de nos entregar episódios complexos, temporadas de explodir a cabeça de qualquer um, mas ainda não conseguiu me comprar com essa quarta (provavelmente ultima) temporada? Na minha opinião, a série está começando a ficar muito próxima de Lost. Aumentando as perguntas com cada vez mais intensidade.
Se pensarmos bem, temos as seguintes perguntas: "O que está acontecendo com o tempo?". "Onde o Peter estava?". "O papel do observador em tudo isso?". "Quando vamos ver o lado B de novo?". São tantas perguntas, que eu fico com muito medo pela série. Isso sem contar que agora temos mais uma pergunta: "Quem são esses novos shapeshifters?". Olha, a série tem um contexto muito bem feito, mas se compararmos os quesitos das três primeiras temporadas para essa quarta, eu poderia dizer que ela está rivalizando com a primeira no ponto fraqueza.
Na primeira temporada, tudo era muito novo, tudo era muito diferente. Na segunda temporada tivemos os mistérios sobre os dois universos, quando existiu o finale da primeira temporada, fomos levados a um dos mistérios mais bem construidos da série (até então), e Olivia indo para o lado B e encontrando-se com Willian Bell, foi o primeiro de muitos mind blowings da série. A terceira temporada então, foram ápices de qualidade criativa.
Já a quarta temporada, eu ainda sinto que tem alguma coisa faltando. Mas me conforto em saber que talvez seja essa a ideia da série, mostrar que até mesmo para nós telespectadores a falta de Peter é sentida, nos deixa perdidos. Posso confessar também, que só de ver o Peter abrindo o painel da Fringe Division e ouvindo a conversa de todo mundo, mostrando que ele por si só, já é um personagem valioso, imagina junto do FBI.
Ele finalmente está de volta, finalmente está com Walter. Mas ninguém se lembra dele, Walter depois de ficar sem o filho e ser responsável por ter matado a outra versão, acabou se conformando de que a ausência do filho foi uma punição para seus crimes, o problema é que ele não reconhece Peter como uma redenção, como Nina Sharp pontuou, ele o reconhece como mais uma barreira a transpor para continuar sua expiação.
O que vai acontecer agora, somente as mentes tribuladas de Fringe poderão nos mostrar. Mas que existia algo faltando na série até o retorno do Peter era visivel, não apenas para os personagens, mas para mim também.