O futuro da S.H.I.E.L.D. e seus agentes está em cheque.
Começarei essa review com um aviso: Nos próximos parágrafos
pretendo fazer uma conexão direta com o filme do Capitão América: Soldado
Invernal, quadrinhos e a saga “Secret Warriors” e a própria série. Ou seja,
existem spoilers dos três. Foi também o motivo pelo qual “atrasei” um pouco a
review, pois queria esperar a estreia do bandeiroso nos cinemas nacionais.
Mesmo que você não tenha assistido ao filme ainda (o que já deveria ter feito,
por que está muito bom), não se preocupe, comentarei apenas os fatos que foram
citados na série e no parágrafo dedicado as minhas teorias quanto ao futuro da
Marvel tanto nos cinemas quanto em Agents, será acompanhado de um destaque.
Comentando sobre o episódio, esse foi o que mais me
interessou. Toda a tensão que a série veio criando ao redor do Clarividente
atingiu seu ápice em Turn, Turn, Turn
como um verdadeiro thriller. Nos deram algo digno de season finale, com todo o
tratamento e respeito que nós esperávamos de um desfecho de temporada e não de
um episódio que nem penúltimo é. Tudo muda.
Estamos aqui falando de uma agência que demonstrou por 17
episódios ser a mais poderosa da terra, a mais cheia de recursos e a mais bem
equipada para lidar com heróis e vilões. Não será fácil para esses agentes que
sobreviveram continuar com suas operações. Tudo foi por água abaixo. Os
bandidos capturados e presos estavam desde sempre em custódia dos seus
comparsas. É aqui que os produtores da Marvel deram um chute na mesa e acabaram
com tudo o que tinham construído. Isso, meus caros, foi um verdadeiro reset. Mostrando
que a Marvel tem BOLAS de aço e um planejamento ímpar em cima de todas as suas
produções.
A dinâmica entre os personagens foi mais do que válida, foi
essencial e totalmente justa a tudo o que vinha sendo feito na série. May
sempre demonstrou estar em controle de todas as situações, nada mais justo do
que a colocar em contato direto com o Fury. Concordo plenamente com todas as
ações e justificativas, ninguém aqui colocaria Coulson de volta a ação (sabendo
da sua nova origem) sem que existisse uma forma de mantê-lo sobre constante
vigilância e com um plano de contenção.
Foi interessantíssimo descobrir que cada um daqueles membros
tinha desde o começo uma missão única, mesmo que eles não soubessem disso. Ver
que quem montou aquele time foi a May me deixou mais feliz ainda com o
desenvolvimento desse episódio. Quando ela diz que precisava de agentes que
poderiam trabalhar no corpo, mente e se necessário abater o Coulson, fica claro
que Simmons, Fitz e Ward estavam lá desde sempre com um motivo bem claro e
definido. E Skye fez jus a sua origem, ela permanece como um objeto de origem
desconhecida e extremamente azarada. Logo depois de receber seu distintivo de
agente a agência se revela corrompida e é quebrada. Pelo menos ela conseguiu
descobrir o HYDRA no sinal, né?
May mostrando que é capaz de sentir emoções humanas foi
completamente surpreendente. Raiva? Dor? Confusão? A Cavalaria é capaz de tudo
isso. Note que minha preocupação com todos os personagens ficou dobrada nesse
episódio, algo que lá nos primórdios da série ninguém imaginava. Lembro muito
bem da minha primeira frase a respeito de MAoS: “É legal, mas eu não consigo me
importar com nenhum personagem, além do Coulson”. Agora estou em um clima bem
diferente, consigo me importar com todos eles, menos com o Ward, que com muita
sorte permanecerá vira-casaca até o fim. Será que foi por isso que colocaram um
ator inexpressivo e sem sal? Que só mostrou um pouco de sentimento no episódio
que ele revela sua traição? Fatos que devemos considerar.
A agente Victoria Hand provavelmente está morta, não é
possível que tenha sobrevivido a um tiro no estômago e mais dois (sabe-se lá
onde). O que foi muito interessante. Durante algumas discussões nos comentários
da review passada eu acabei dizendo que Hand, mesmo não tendo sido vilã de
verdade nos quadrinhos, sempre foi oportunista e acabou ganhando sua redenção
depois de muito tempo, uma pena que essa redenção veio seguida de sua morte.
Aqui na série foi diferente e a personagem teve todo o seu arco em dois
episódios e assim como nos quadrinhos, sua redenção veio momentos antes de sua partida.
Até então, todo mundo estava querendo assar o couro dela (eu incluso).
Mas ainda é complicado ter certeza de tudo. Ward matou mesmo
Victoria Hand? Garret era o Clarividente ou existe outra pessoa por trás dessa
alcunha? A série já tem uma assinatura própria que é a de nos dar informações
“erradas” só para depois revelar o grande segredo, que na verdade é só mais um
entre os outros vários que não foram revelados. Essa é a própria natureza da
S.H.I.E.L.D. Ou seja, a série é totalmente fiel ao que a agência significa nos
quadrinhos, um emaranhado de informações sigilosas em cima de mais informações
restritas.
Uma coisa para mim é de menção válida, talvez alguns
leitores concordem comigo. Garret agradece pela inclusão do Ward a equipe do
Coulson, Garret é traíra. Ward tem um caso com a May, eliminando a
possibilidade da agente mais inteligente daquele avião desconfiar de sua
verdadeira natureza. Skye é de origem desconhecida, Ward se torna seu tutor. Se
a série realmente seguir pelo caminho mostrado, embasamento ela tem para se
apoiar a isso.
[Futuro
da série e possivelmente da agência de espionagem] Como
devorador ávido de quadrinhos, assim que vi o primeiro trailer do Capitão
América e a cena em que ele luta contra os agentes da S.H.I.E.L.D. no elevador,
aliado ao fato do filme ter sido vendido como um thriller político, eu lembrei
automaticamente da saga ‘Secret Warriors’. Durante várias reviews eu comentei
sobre essa saga, sempre me controlando para não acabar entregando um possível
desfecho do filme do Capitão e da série. Mas já estava bem claro. Nos
quadrinhos Nick Fury destaca um grupo especial de agentes para suas missões
secretas, que não poderiam vir a público, além de também dar suporte a um
reformado Soldado Invernal (entenderam por que me lembrei dessa saga?). O
problema começa quando em uma de suas investigações ele descobre que a
S.H.I.E.L.D. nada mais é do que um dos braços da HYDRA. Viram a conexão?
O que acontecerá então com o futuro da série, já que a
S.H.I.E.L.D. foi desmantelada e até mesmo Maria Hill já está procurando emprego
na empresa do Tony Stark? Bom a resposta também pode estar aliada a saga dos
quadrinhos. Existem muitos poderosos e muitos outros agentes que estão
atualmente desempregados. Outros tantos foram incorporados a CIA, FBI e outras
agências governamentais. E essa também é a oportunidade única da série
expandir, ao contrário de morrer. Podemos estar rumando para uma S.H.I.E.L.D.
secreta, operando nas sombras e com menos recursos. O nome da série pode até
permanecer o mesmo, nada impede deles continuarem sendo agentes da S.H.I.E.L.D.
A dinâmica, porém, essa deve mudar consideravelmente.
Na minha opinião é isso que acontecerá daqui para frente. O
filme Guardiões da Galáxia dará uma pausa para os heróis da terra e a trama ao
redor da agência de espionagem voltará apenas em Vingadores 2, onde veremos o
Barão Von Strucker, uma continuação de sua participação na cena pós-créditos do
Winter Soldier, onde a Feiticeira Escarlate e Mercúrio aparecem. Isso também
mostra que os eventos ligados a HYDRA foram inicialmente mostrados na série,
com a organização Centopeia e seus trabalhos com o soro do supersoldado e a
tecnologia extremis.
A missão então dos heróis durante Secret Warriors é
desmantelar todos os braços da HYDRA, o que para mim é justificativa para
termos uma segunda temporada. Nossos agentes indo atrás de vingança. Nada mais
justo, certo?
Lá no começo eu sempre reclamei que a série não caminhava
sozinha, que sempre estava refém dos filmes da Marvel nos cinemas. Fui
surpreendido e queimei a língua com minha impaciência. Desde o princípio a
série estava preparando o terreno para as coisas que aconteceriam. Afinal, o
Clarividente nada mais foi do que a prova viva de que a HYDRA estava preparando
sua jogada desde que Mike apareceu pela primeira vez demonstrando seus poderes,
lá no piloto. Só nos resta descobrir o que os fez sair das sombras. [Fim das especulações]
Fica aqui então o meu parabéns as mentes por trás da série
que foram muito além do esperado e calaram a boca de várias pessoas que
disseram que MAoS nada mais era do que um CSI da Marvel. Nada disso, esse
episódio fecha completamente essa caixa de depreciação, exemplificando bem que
essa foi uma série totalmente planejada.
Easter Eggs
- A cena com a agente Weaver falando para a Simmons que ela
não podia confiar em ninguém foi exatamente a mesma fala do Nick Fury para o
Capitão, logo antes de sua “morte”.
- Mais uma vez foi feita uma referência a 6-1-6, a origem
que o avião estava sendo deslocado para. Menção honrosa a terra 616, que é o
nome da terra em que a linha principal da Marvel acontece nos quadrinhos.
- Quando o agente Garret diz: “Posso dizer que sou um
verdadeiro crente” a série está obviamente fazendo uma homenagem a frase do
Stan Lee, que apareceu no filme do Winter Soldier como o guarda do museu
Smithsonian.
- O agente Fitz desenvolveu a tecnologia de laser utilizada
pelo Nick Fury e a Maria Hill em Capitão América 2.
- Coulson é agora o agente com o nível mais alto da
S.H.I.E.L.D. que sobreviveu o renascimento da HYDRA.
- Todo mundo pensando que a May era traidora junto com a
Hand, mas quem recrutou agentes da HYDRA e para ela, foi o Sitwell. Isso sim
que é traição.
Menção honrosa ao diálogo entre Garret, Fitz e Coulson:
Coulson – Corte uma cabeça e outras duas tomarão seu lugar.
Garret – É uma cabeça? Pensei que fosse um braço.
Fitz – Não, não, não. É uma cabeça mesmo.
Ponto
para o Garret é um braço/tentáculo, mesmo.
E você, qual é sua afiliação? S.H.I.E.L.D. ou HYDRA? Eu
deixo abaixo o lema da minha escolhida.
Hail Hydra. Hydra imortal! Nós nunca seremos destruídos!
Corte um tentáculo e mais dois tomarão seu lugar! Não servimos ninguém além de
nosso mestre – assim como o mundo logo nos servirá. HAIL HYDRA!