Elijah, mestre em manter
promessas e cuidar da família.
Após o episódio intenso da
semana passada, The Originals entrega mais um bom episódio, confesso que bem mais
lento, porém com qualidades que não podemos negar. Tudo isso com direito a
banho na piscina, clube do livro e corações sendo arrancados e não em uma
abordagem romântica.
Tudo o que eu mais antecipei
desde que fiquei sabendo que os originais ganhariam uma série só para eles foi
a interação entre Klaus e Elijah, dois irmãos que desde os tempos graciosos da
terceira temporada de The Vampire Diaries entregavam as melhores cenas e os
melhores conflitos familiares.
E logo de cara a primeira
interação entre os dois não envolveu nenhuma estaca perfurando ninguém. Foi
nesse sensacional clube do livro vampírico. Eu ainda estou esperando as
considerações dos dois quanto às obras degustadas, isso por que estou me
referindo aos livros e não a moça pingando sangue no carpete milenar. Só me
pergunto o motivo pelo qual Klaus ofereceria como presente de paz para o irmão
uma mulher na mesinha de centro? Isso só me leva a crer que Klaus é um
verdadeiro fanfarrão e que queria com o “presente” apenas provocar. Não imagino
que logo ele que se diz conhecer tão bem o irmão cometeria uma gafe dessas.
A verdade é que Elijah
desestrutura Klaus com sua forma de pensar e fica evidente que a todo o momento
o híbrido quer enfiar a adaga no irmão (não pensem besteira). Klaus não lida
bem com conflitos, Elijah está aqui para cria-los. Isso por si só já é um fator
decisivo para a série e para o desenrolar dessa temporada. Klaus e Rebekah se
dão bem por que apesar de Rebekah se opor ao irmão, nenhum dos dois realmente
se preocupa com o que os outros ao redor deles estão sentindo ou pensando para
realmente criarem um atrito entre si.
Até mesmo na forma de usar as
pessoas Elijah é mais “humano” que os irmãos. Ele mascara suas intenções de tal
forma, que nem mesmo nós que sabemos que ele está se aproveitando para usar
Davina, não questionamos seu caráter. Ele cumpre a promessa que fez, ensinando
um feitiço complexo para a bruxa e a ajudando a compreender mais seus poderes e
ao mesmo tempo liberta Hayley do laço com Sophie. Como vocês acham que Klaus
teria reagido na mesma situação?
E Rebekah, oferecendo uma maçã
para o Marcel depois do rala e rola? Quando eu penso que a inocência da garota
está dando uma trégua ela me faz isso. Esse romantismo da vampira que nos força
a aguentar esse tipo de cena só me faz questionar a inteligência da garota. O
episódio passou muito bem a situação que ela se encontra toda vez que os irmãos
estão juntos debaixo do mesmo teto. Rebekah termina como babá ou limpando o
tapete enquanto os “homens” da casa saem para resolver os problemas realmente
importantes. E então, o que os redatores fazem? Jogam Rebekah em cima de Marcel
para justificar seu desejo de permanecer em Nova Orleans ou essa possibilidade.
Acho que a personagem merecia mais do que isso. Não é justo que ela seja
retratada sempre da mesma forma. Uma apaixonada sem remédio. Rebekah é uma
mulher, não uma canção sertaneja.
Até mesmo Marcel começou a
ficar mais inteligente. Demorou até que ele acabasse recorrendo ao Thierry para
aconselhamento. Não consigo ver Marcel como um vilão por completo, até por que,
a série ainda não quer isso de nós, tanto que o foco foi movido para as bruxas.
Mas passar todo esse tempo sendo ludibriado já foi o bastante. Acho que até
mesmo os redatores se esquecem que ele foi criado por Klaus. E não é possível
que ele possa confiar tão cegamente no vampiro que na época que decidiu acolher
ao garoto já era tido como quase sem esperanças pelos irmãos. Não consegui
entender apenas uma coisa, como ele conseguiu passar de apaixonado por Camille
para Camille Who? Isso só prova o que eu disse na review anterior.
Enquanto Rebekah recebe toda
essa abordagem simples, Klaus está lá, lendo “Fruto da árvore venenosa” com
toda uma poesia que demonstra o momento em que ele se encontra. Rebekah diz que
isso é uma preocupação com a criança que Hayley espera, eu já acho que é algo
completamente diferente. Para mim, Klaus está se comparando ao irmão. Fica bem evidente que todo esse nervosismo de
Klaus para com Elijah é por que ele não consegue se equiparar aquilo que o
outro é. E é só quando a Camille o confronta, que eu acho que a ficha cai para
o vampiro, suas abordagens não são as mais inteligentes, apesar dele se
considerar tanto.
Por isso, me permito ir um
pouco mais além. A fruta venenosa corrompe, pois nasce da arvore corrompida.
Klaus acredita que ele é tal fruta, pois foi isso que seus irmãos e seu “pai” o
fizeram acreditar durante todos esses anos. Sua inabilidade de manter um
relacionamento, de amar e ser amado é completamente o oposto do irmão, que por
onde anda, consegue admiradores. Mas ele só consegue ver esse seu reflexo
quando o outro está próximo dele. Logo, o pequeno momento em que Elijah arranca
o coração dos asseclas da bruxa anciã e quebra o pescoço dela, Klaus consegue
um pouco de aproximação, justificando seu sorriso de satisfação com o que ele
acabara de testemunhar. Posso estar viajando um pouco nessa consideração e no
final, esse fruto ser mesmo o filho de Klaus e essa ser sua preocupação, mas no
momento é essa a imagem que eu vejo a série tentando passar.
E parabéns por deixaram as
bruxas mais assustadoras. A cena do sequestro da Sophie foi um deleite a parte.
Quem diria que veríamos bruxas agindo de uma maneira tão desesperada como essa.
Até por que, essa provocação direta aos originais foi de uma coragem extrema.
Comentando um pouco do caso da
semana, eu poucas vezes me preocupo quando um personagem principal está com “a
vida em risco”, mas TO é o tipo de série que consegue me deixar ansioso quando
isso acontece. Julie Plec não é nenhum Kevin Williamson, mas eu sinto que ela
teria a capacidade de matar esse bebê em prol do fator choque e surpresa.
Sendo assim, apesar do ritmo
mais lento, muitas coisas importantes para o desenvolver da temporada
aconteceram. Finalmente Camille descobriu o que aconteceu com o irmão, que mais
uma vez se provou mais relevante para a série do que ela, mesmo estando morto.
O laço foi quebrado e Marcel pode começar a descobrir o que os Mikaelson estão
escondendo. Como diria musa Vanessão “O babado é certo”.
Ps. Momento Hayley e Elijah na
piscina. Na traaaaaave!
Ps². Já podem matar a Sophie,
perdeu toda a utilidade.