Rituais e homenagens.
Contém Spoilers
Aproveitando o clima de Halloween,
Criminal Minds nos trouxe um bom episódio temático. A equipe é
chamada para investigar um assassinato ocorrido de forma brutal. Uma
mulher foi morta soterrada por pedras e, como nossos agentes são
excelentes profilers, perceberam que o assassino era sofisticado e
organizado e que já havia matado antes e certamente mataria de novo.
O interessante foi a forma como o caso
se desenrolou. Pensei que não passaria de um ritual maluco de algum
lunático que tinha problemas com mulheres, mas a série aprofundou
realmente no halloween. O unsub era fascinado por genealogia e numa
de suas buscas, descobriu ser descendente de William Stoughton. A
partir daí, ele começou a ter alucinações e via as pessoas como
praticante de feitiçaria e bruxas.
As cenas que mostravam os delírios do
unsub foram extremamente bem-feitas. Era quase como se ele fosse um
justiceiro, alguém que livra o mundo das pessoas do mal. Foi bacana
também como a série retratou isso, mostrando que os delírios
começavam quando o unsub via a pessoa fazendo algo que ele
considerava errado. A partir de tais atitudes é que ele começava a
vê-las como bruxas.
Outro acerto foi ter usado de histórias
verdadeiras da época da Inquisição para construir a mitologia
desse episódio. William Stoughton de fato existiu e fora presidente
da corte que julgava as pessoas acusadas de serem praticantes de
feitiçaria. Os métodos usados pelo unsub eram também herança da
Inquisição. Ele matava suas vítimas esmagando-as, enforcando-as,
empurrando-as de um precipício e se a equipe não chegasse a tempo,
ele teria queimado mãe e filha na fogueira.
Aliás, mais uma vez, é interessante
ver como as mães são capazes de chegar ao extremo para proteger
seus filhos. Se o episódio que deu início a temporada nos trouxe
uma mãe narcisista e que queria que o mundo a reconhecesse como a
mãe perfeita, em In The Blood o panorama é diferente e vemos
o que se espera de uma mãe, que ela proteja seus filhos. Outra vez a
série também demonstra que para escapar de situações como essa, a
pessoa precisa fazer parte da alucinação do unsub.
Utilizando como tema uma data que é
comemorada no México e em outros países da América Latina, vimos
também nesse episódio a equipe comemorando o Dia dos Mortos. As
cenas da equipe reunida homenageando pessoas importantes que já
partiram, foram formidáveis. Ali, os agentes não celebravam a
morte, mas sim recordavam a vida. Eles relembraram o que cada um foi
de interessante e de bom. Não era necessário nem palavras, tanto
que Hotch e Reid não fizeram uso delas quando depositaram fotos de
Haley e Maeve no altar. A emoção foi a mesma de quem proferiu
algumas palavras, porque a transmissão dos sentimentos estava no
olhar de cada um. E a homenagem foi feita de forma alegre, não foi
algo pesado. A cena final explica bem o que Mitch Albom disse, de que
a morte põe fim a vida, não aos relacionamentos. O elo que
possuímos com quem já foi são as recordações. Recordar, falar
sobre o que essas pessoas um dia representaram pra gente, é uma
forma de continuar o relacionamento.
PS: Quero a habilidade do Reid para
ler.
PS: Mesmo com o Reid falando que todos
têm um lado assustador, não consigo ver o da Penélope. Ela é
nossa válvula de escape para casos terríveis e nós a amamos assim.
O que vocês acharam do episódio?