Aprendendo mais sobre a Shield, afinal, é o nome da série.
Alerta de Spoilers!
Depois de sete episódios, finalmente começamos a nos aprofundar mais na mitologia própria da Shield. Em todas as minhas reviews em que eu reclamei que a série estava tão entalada até o pescoço com a mitologia dos filmes e por isso não conseguia avançar, eu estava certo. Tanto estava certo, que as coisas a partir do episódio passado começaram a se desenvolver de melhor forma, a resposta para nossos problemas estava no "The Hub", sessão da agencia em que estão localizados os "nível" 7 acima, como Victoria Hand.
Victoria Hand foi a chefe da Shield durante o arco "Reinado Sombrio", quando Norman Osborn, o duende verde, recebe poderes políticos sobre a agência de espionagem e a transforma na H.A.M.M.E.R, ou martelo. Victoria é então apontada por Osborn como diretora da Shield, mesma função já ocupada por Nick Fury e Maria Hill (Cobie Smulders). Ela é um personagem menor, e a personificação de tudo aquilo que eu vinha pedindo desde minha segunda ou terceira review da série.
Já que a série está presa ao que está acontecendo no cinema e não pode utilizar personagens relevantes que com certeza irão ter séries próprias e/ou aparições nos longa metragens, ela precisa começar a utilizar personagens menores, porém com certa importância para os principais acontecimentos do universo Marvel. Victoria é uma espécie de agente tripla, trabalhando para Norman, fingindo ser espiã para Nick Fury, mas na verdade sendo mesmo espiã. Entendeu? É bem confuso. Mas ela é uma ótima personagem e demonstrou como a politica de níveis na agência funciona. Sua participação em Agents é mais forte do que nos quadrinhos, já que lá ela começa como uma contadora.
Apesar de The Hub ter sido bom, não conseguiu se equiparar ao sexto episódio, mesmo tendo deslocado bem a carga emocional do avião para a missão de Ward e Fitz. Eu disse que isso era necessário para podermos nos relacionar melhor com esses personagens, mas as coisas foram um pouco mornas. Gostei do fato de terem quebrado o clichê que eu mesmo já antecipava, Fitz como um nerd banana que não consegue fazer nada em campo, até o final do episódio. Aqui, as coisas foram caminhando de forma diferente e como todo bom nerd, Fitz agiu como se fosse um James Bond, deixando Ward um pouco de escanteio. Isso sim é o que eu gosto em praticamente todas as produções do Joss, essa capacidade de fazer aquilo que não esperamos.
Outra coisa que Joss deixou como sua assinatura em todas as séries que produziu, escreveu e dirigiu é que quando as coisas estão boas demais e todo mundo está tranquilo, tudo desmorona. Esse fator Joss é bem característico. Como ele usará isso em Shield eu não sei, mas aguardo ansiosamente pelo momento em que tudo estará perto da paz completa, só para ver como ele irá trabalhar a tempestade. Uma coisa porém, ele não é muito fã, matar personagens principais. Ficaremos de olho nesse aspecto.
Ainda falta um pouco de maturidade para a série as vezes, a comédia desproposital e boba, como a cena de Fitz preso na porta de vidro soa como uma tentativa desesperada de inserir o cômico em qualquer oportunidade. Quando na realidade, o momento Skye e Simmons teve muito mais significância em termos de riso, do que esses momentos bobos a lá sanduíche de presunto. Não precisamos ficar voando entre o engraçado e o sério com todos os personagens da série no mesmo episódio. É May rolando os olhos pro Culson, é Skye e Simmons com a arma tranquilizadora Night-Night, Fitz e Ward no deserto. Um pouco de seriedade não machuca ninguém, assim como um pouco de comédia também não. Então, vamos nos limitar ao pouco, menos é...[?] Sempre mais.
E não é que a série conseguiu ser um ponto de conexão entre Tv e quadrinhos sem precisar falar em Avengers. Triskelion, por exemplo, comentado pela agente Simmons é a ilha que serve como base para a Shield e prisão para os super-vilões capturados pelos agentes e super-heróis. Outra referência aos quadrinhos foi a do agente Sitwell, que é o agente Jasper dos quadrinhos. Para quem quiser saber, nos extras (pelo menos do Blu-ray) de Avengers, tem um mini filme com o agente e é muito legal. Ele é outro que acaba substituindo Nick Fury durante um tempo, depois claro, de trabalhar como assistente do diretor. Viu que a série pode fazer uso de personagens menores, porém importantes? Ela tem esse poder e finalmente começou a utilizá-los.
Claro, que existe certa dissonância entre filme e série. Nos filmes a Shield parece ser mais controladora, mais pulso firme, com exceção de Nick Fury. Na série, as coisas são mais brandas, com a agente Hand virando o rosto ao fato de Culson ter ido atrás de Ward e Fitz, mesmo sem ordens ou o fato de Simmons ter atirado em Jasper e Skye acessado arquivos confidenciais da agencia. Tudo bem, foi uma tentativa de nos dizer que apesar da rigidez, Victoria ainda é uma boa mulher, mas ainda fica meio estranho quando vemos agentes da Shield tentando matar o Capitão América em Winter Soldier. Né?
O próximo episódio fará conexão com o segundo filme do Thor e vai ser aquilo que a série está fazendo a tanto tempo, ligando filme a TV com as mais variadas nuances, até agora porém, essas foram apenas de citação. No oitavo episódio será mais direto, até por que, isso tem que acontecer. Os agentes estão no mesmo mundo que os heróis e a segunda fase da Marvel começou com Homem de Ferro 3 e já vimos a tecnologia extremis. Agora, a repercussão de Thor.
Resumindo, esse não foi lá essas coisas. Mas fez bem em vários outros fatores. Infelizmente, Shield vai se firmando como uma série exclusivamente dedicada aos fanboys da Marvel e sua audiência vem mostrando isso. Ela cai vertiginosamente, mas ao mesmo tempo é escolhida como uma das melhores estreias da Fall Season por diversas pesquisas. E isso é fácil de explicar, a geração geek tem mais força na internet.
Ps. Victoria Hand tem mesmo o cabelo com mechas, isso não foi um erro de cabeleireira. Ok?
Ps². Agora nós precisamos de um episódio inteiro de Simmons e Skye ou Simmos e May, ou Skye e May. Façam acontecer, por favor.