Supere
seus medos, assuma seus erros e siga em frente!
Contém Spoilers!
Para quem gostou do último
episódio onde os conflitos existenciais tomaram o lugar das apresentações musicais,
a boa notícia é que eles continuam por aqui. Em um grau bem menor, mas capaz de
nos fazer alguns questionamentos. Com cenas que nos fazem torcer, se angustiar
e se solidarizar com os personagens, Don’t Open that Door traz mais um bom
episódio em Nashville.
A inserção de personagens novos
em início de carreira e de um chefe de gravadora extremamente atuante, fez com
que Nashville deixasse de focar apenas na rivalidade entre a cantora consagrada
e a nova musa e se focasse nos bastidores nada salubre do mercado musical.
Enquanto Juliette passou uma temporada inteira tentando provar a todos que era
melhor ou simplesmente igual a Rayna, os novatos querem simplesmente aparecer
na mídia usando o artifício que tiverem em mãos. Seja da maneira oportunista de
Will, que aceita o que aparecer pela sua frente para ser notícia, ou da maneira
menos escrupulosa de Layla, que sabota Scarlett, pega carona na promessa de
sucesso de Will e que ainda promete muito, principalmente depois que começar a
turnê com Juliette.
Longe da mídia, o simples prazer
em cantar e compor também é retratado. Vendo Avery, Gunnar e Zoey cantando
felizes e anônimos uma nova composição, entende-se o desabafo de Scarlett com
Deacon. Fazer o que se ama sempre é bom, mas o preço a se pagar por fazer o que
se ama, às vezes é alto demais para alguns. Está sendo alto para Scarlett e
basta saber se sua inocência não a colocará novamente no anonimato. Tem que se
saber o momento para ser você mesmo, tem que saber engolir alguns sapos e tem
que saber o momento onde ser falso se faz necessário. Ficou claro que Rayna não
concordou muito com a entrada de Juliette para o Grand Ole Opry, mas mesmo
assim aceitou ser a portadora da notícia e fez o convite em público no evento
do consagrado Luke Wheeler. Rayna sabe jogar o jogo e sabe impor seus limites
quando necessário.
Deixando a música de lado e
voltando ao mundo dos negócios, Teddy declara guerra ao agora fora de combate
Lamar, que futuramente se vingará. Tandy, em um ato extremo de covardia deixa
Lamar pensar que sua prisão se deve a denúncias de Teddy e não da própria
filha. Tandy na última temporada mostrou-se tão ambiciosa e ávida pelo poder
quanto o pai. Após sentir o gostinho do poder, foi apunhalada duas vezes pelo
pai, primeiro sendo rebaixada de cargo e depois perdendo o posto de filha
preferida para Rayna. Nesta temporada com os novos rumos da trama, pensei que a
personagem se limitaria a ser apenas a boa ouvinte da irmã. No entanto, vimos
que ela apenas estava averiguando se o pai realmente estava envolvido na morte
de sua mãe. Esperava bem mais da personagem quando ela se propôs a denunciar as
falcatruas de Lamar e não se acovardar da maneira como fez.
Deacon e Rayna tiveram um momento
interessante ao conversarem sobre o rumo de suas vidas, por conta das sequelas
de ambos em virtude do acidente. Ao longo dos últimos episódios vem se desenhando
uma nova fase para Deacon, disposto a compartilhar suas angústias e
experiências. Sua cena com Scarlett foi delicada e na medida certa. Scarlett
antes sofria por seus amores complicados, agora sofre com um novo mundo que se
abre para ela. Nada tem sido muito fácil para ela, seu comportamento perante a
mídia, as exigências de Jeff e ainda a “traição” de Zoey. Fica para o próximo
episódio como ela lidará com seus limites e também fica para o próximo episódio
como Rayna reverterá a esnobada que deu em Jeff. Sem o dinheiro de Lamar, sua
carta de alforria não será assinada.
Destaque para três cenas, a
angustiante e comovente apresentação de Rayna, Juliette indo do céu para o
inferno depois de sua conquista e sua reconciliação com Avery. Esta última
serve de alerta aos roteiristas que Juliette finalmente cresceu e que não faz
mais sentido fazer a personagem viver na gangorra da maturidade versus
imaturidade. Alguém que consegue interpretar um acontecimento da sua vida,
repensar seus atos e consertá-los, merece um pouco mais de crédito.
O caminho para o sucesso pode ser
rápido, até fácil, mas o caminho para o reconhecimento, para alguns pode ser
bem árduo. É como dizem respeito não se compra, se conquista.