As estrelas contra-atacam
Contém Spoilers!
Mexa com o ego de suas estrelas e
espere as consequências. Esta foi a lição aprendida por Jeff Fordham neste
episódio. Juliette preferiu animar festa de casamento a se apresentar no
showcase da gravadora e Rayna fingiu ser a funcionária modelo e deu uma
rasteira digna de mestre em seu novo chefe. Percebendo que exagerou na
artilharia, Fordham resolveu aparar as arestas com suas estrelas, no entanto as
duas resolveram contra-atacar utilizando estratégias diferentes, mas igualmente
eficazes. Este joguinho de gato e rato promete se estender nos próximos
episódios, espero que não se torne repetitivo.
Rayna neste episódio revela-se
menos justiceira e mais política. Calculando suas perdas, mente, omite,
manipula. Tudo no estilo Rayna, ou seja, suas ações sejam quais forem são
sempre executadas com muita classe e estilo. Aqui ela mistura negócios com prazer
e claro que tudo dá certo. O prazer e o negócio atendem pelo nome de Liam, seu
brinquedo-parceiro musical. Para quem
não se recorda, a história dos dois mesclava parceria musical e química sexual
e Liam se viu imerso no triângulo Teddy-Rayna-Deacon. Como todos os homens de
Rayna, Liam também se apaixonou pela cantora e mesmo tendo sofrido as conseqüências
de sua constante indecisão, decide dar mais uma chance para a parceria dos dois.
Ela tem o dom de magoar os seus homens e mesmo assim os fazerem rastejar aos
seus pés, com Liam não foi diferente, além de perdoá-la ele ainda a ajuda a
manter um importate segredo.
A mesma sorte não acompanha
Juliette, faça o que fizer ela sempre arca com as péssimas conquências.
Convidada para cantar na festa de casamento de um magnata poderoso, sua
história fica paralela neste episódio, vale destacar apenas a discussão com
Avery e o rascunho de um futuro relacionamento entre os dois. Acompanho com
certa desconfiança os rumos que os roteiristas deram para Avery. Fico esperando
que a qualquer momento, o antigo Avery ambicioso reapareça e que seu
envolvimento com Juliette seja calculado. O que seria coerente com o
personagem, seria desgastante para Juliette, mais um homem se aproveitando de
sua evidente carência. Avery aqui banca o anjinho que sussurra bons conselhos no
ouvido da mocinha desajustada, o cara sensível, contido e resignado. Enfim,
vamos aguardar se a mudança do personagem realmente é verdadeira.
Assim com Avery, Gunnar também se
vê a margem do sucesso e neste personagem consigo visualizar mais verdade.
Ambos tiveram uma crise de identidade com seus estilos e rumos, enquanto Avery
aceita com resignação ser o guitarrista de Juliette, Gunnar demonstra sua
inveja com o sucesso de quem está ao seu lado. É visível o incomodo que sente
ao ver o sucesso de Will, mesmo gostando do amigo, e sua admiração por Scarlett
também tem uma pontinha de arrependimento. Ficar incomodado com o rumo que suas
escolhas erradas o levaram faz com que ele seja mais real do que Avery, pelo
menos neste momento.
Scarlett caminha para novos rumos
em sua carreira, onde a simplicidade e a timidez ficarão para trás. O jeito
menininha do interior não durará muito tempo e começará pelo visual da cantora.
Quando estas mudanças começarão a afetar sua personalidade, só o tempo dirá,
mas quem admira sua simplicidade é bom começar a se despedir dessa
característica da personagem, ao que tudo indica ela será engolida pelo
sistema.
Deacon começa a ressurgir das
cinzas e parece que levará esculacho de todo o elenco para conseguir se
reerguer. Dessa vez foi Teddy, quem não lhe poupou palavras e esses sermões
talvez sirvam para que Deacon retome de vez sua vida e deixe de lamentar seus
erros passados. Sua ida ao A.A. foi o ponto de partida para que ele recomece
uma nova história com Maddie e sua relação com a filha provavelmente agitará
sua relação com Rayna. Destaque para o depoimento de Deacon no A.A.
Com a saída de Coleman da série,
alegando estar deixando Nashville, esvazia-se o núcleo político. Teddy agora
aparece mais como ex-marido de Rayna do que prefeito de Nashville, seu futuro
amoroso com Peggy e a relação com as filhas vêm sido o foco do personagem. O
mesmo se diz de Tandy, que aparece apenas como fiel ouvinte de Rayna. Ao que
tudo indica Nashville manterá seu foco unicamente no mundo musical e alguns
personagens acabarão sem muito espaço.
O ritmo deste episódio foi menos
frenético do que os anteriores, mas reservou algumas surpresas, como a
revelação bombástica de Rayna. Não sei por quanto tempo sustentarão a “mudez”
de Rayna, afinal se Connie Britton não canta, todas as outras cantam. É um
risco pelo drama e pela expectativa de quando a personagem voltará a cantar.
Arriscado? Sim, mas pode dar certo. Quanto a Juliette seria bom pensarem em
algo mais criativo para a personagem, afastar com patadas todos os que a cercam
e fazê-la afogar suas mágoas na cama mais próxima, é um recurso que já foi
utilizado e torna a personagem muito previsível.