'The Replacements' foi um
episódio que quebrou radicalmente o ritmo de American Horror Story.
A série que
vinha se desenvolvendo a passos lentos, nos poupando de suas tão costumeiras
bizarrices, entregou no seu terceiro episódio os momentos mais insanos até o
momento. Rituais macabros, incestos e zoofilia foram ingredientes deste seccional
episódio que foi um equilíbrio perfeito das temáticas propostas pela série.
Ainda que o iminente confronto
entre Fiona e Marie Laveau (Angela Bassett esteve particularmente fantástica)
não tenha sido explorado, as tramas apresentadas foram mais consistente e os diálogos
naturais. 'The Replacements' conseguiu corrigir muitas das inconstâncias dos
dois primeiros episódios, além é claro de evoluir consideravelmente a trama e
mitologia da temporada.
Em um episódio que muito
aconteceu, a trama envolvendo Fiona foi a mais proeminente. A bruxa tem um
forte senso de união com seu clã, algo que só é superado pelo seu orgulho e sua
incessante busca pela juventude, que foi justificada de uma forma poética e
coerente neste episódio. Mas além, através dela, aprendermos os critérios que
fazem de uma bruxa a suprema de sua geração, o foco neste aspecto da trama não
só desenvolveu melhor a personagem de Jessica Lange como jogou luz sobre os
aspectos canônicos de Coven, ainda que tenha posto algumas incógnitas, como por
exemplo, quem será a próxima suprema agora que o ciclo foi quebrado com a morte
prematura de Madison Montgomery.
Aliais, deve se ressaltar que a
escolha de Madison como a jovem suprema foi um acerto. Muitos podem até não
gostar da personagem, mas deve-se reconhecer que foi curioso ver a responsabilidade
posta nos ombros da desajustada personagem, é interessante como isso foge ao
óbvio. Para expressar melhor o que digo, imagine que não fosse o nobre e
corajoso Harry Potter o Escolhido em seu universo, mas alguém mais falho e
comum. Talvez agora Zoe torne-se a suprema, só espero que a personagem se torne
mais interessante.
Zoe ainda é inocente quanto ao
contexto em que vive, movida por boas intenções ela entrega Kyle Spencer a mãe,
sem imaginar os abusos pelos quais o personagem passava em vida (e é
interessante e igualmente perturbador pensar em como o rapaz lidava com tudo
isso). E mesmo que a trama aparentemente não seja tão atraente, devemos pensar
nas conseqüências de tudo isso, em algum momento a ressurreição de Kyle virá a
tona e dependendo de quem descobrir isso primeiro, os efeitos serão desastrosos,
além é claro de expor a existência da isolada Misty.
A introdução da fanática
religiosa Joan Ramsey (Patti LuPone) deve render uma trama menor, mas pode dar
uma certa dor de cabeça a Fiona, só dependerá de quão grande é o seu fanatismo.
Enquanto isso, Queenie se entrega para o minotauro enviado por Laveau em uma
das cenas mais bizarras do episódio, mostrando que os roteiristas da produção
podem ser extremamente loucos.
Coven entregou um episódio
divertido, certamente gostaria ver um pouco mais sobre os conflitos que devem
ser formar entre os clãs, mas é igualmente interessante conhecer um pouco mais
sobre as personalidades das personagens e este episódio foi eficiente neste
sentido. Ademais, tivemos momentos divertidos como os das moças de olho no
vizinho ou mesmo o momento em que Madame LaLaurie se desespera ao ver que o
presidente dos Estados Unidos é negro.
Pequenos detalhes fazem de Coven
uma experiência interessante e distinta, sejam pelas pequenas referencias
culturais que atribuem riqueza a mitologia da série ou mesmo pela curiosidade
despertada por personagens como Spalding (Denis O’Hare), que apesar da breve
aparição, já evidenciou que é muito mais importante do que imaginávamos antes. 'The Replacements' foi mesmo o
melhor episódio até aqui. Um capitulo insano que sintetizou bem a essência da
série.