Clichê.
The Tomorrow People é uma mistura de
filmes e séries de super-heróis (saudades da época digna de
Heroes) que já vimos por aí e o roteiro juntou basicamente todos os
plots previsíveis e construiu o episódio piloto. Sabem o que é
pior? Eu gostei! A série dá indícios (espero que isso aconteça)
de que usará do clichê para construir algo diferente, algo que
valha a pena.
Garoto problemático e isolado na
escola, pessoas com poderes que vivem escondidas, organização que
persegue essas pessoas que são consideradas o resultado da evolução
humana… esses são apenas alguns dos elementos que compõe o
caldeirão ordinário dessa series premiere. Entretanto, tudo foi
muito bem trabalhado e construído, os acontecimentos não foram
muito lentos e nem muito rápidos. Foi tudo elaborado na medida
certa.
Como citei acima, os plots foram
comuns, mas é aquele comum que deixa possibilidade para mais tarde
desenvolver algo surpreendente. Os Seres do Amanhã (vocês estão
lendo certo, o nome é esse mesmo) a princípio achavam que eles só
tinham três poderes: teletransporte, telecinesia e telepatia.
Stephen (Robbie Amell) chega para mostrar que eles também podem
parar o tempo (ele pelo menos pode) e eu acharia interessantíssimo
se eles desenvolvessem outros poderes e não se limitassem apenas aos
3T's. E de preferência que nem todos tenham também os mesmos
poderes, só pra deixar tudo mais animado e movimentado.
Os efeitos especiais foram bons e
corresponderam às minhas expectativas. Não posso deixar de comentar
que lembrei muito de Dragon Ball e estava esperando que algum
personagem gritasse “Kamehameha!!!” porque convenhamos, o
movimento das mãos é idêntico, não tem como não lembrar. As
cenas de ação também foram boas, embora eu ache que as lutas podem
ser um pouquinho melhor coreografadas.
Quero ver como vão desenrolar essa
história do Stephen trabalhando na ULTRA mas ao mesmo tempo não
querendo fazer mal para os Seres do Amanhã (cada vez que eu escrevo
e leio esse nome, soa pior). Tudo isso porque o mocinho quer saber o
que aconteceu com seu pai, que também era um humano evoluído.
Devo dizer também que as atuações
foram boas e convenceram. Destaque para o Stephen, John (Luke
Mitchell) e Dr. Jedikiah (Mark Pellegrino). Já deu pra perceber que
nosso alívio cômico será o Russell (Aaron Yoo). Eu prezo muito por
humor nas séries que eu assisto, acho bacana quando os roteiristas
conseguem mesclar melodramas com comédias.
Aqui vai minha única preocupação, a
possibilidade do triângulo amoroso John/Stephen/Cara (Peyton List).
Já estou botando o nome da Julie Plec na boca do sapo, porque
certeza que tem o dedinho dela no meio disso. A CW deve ser
amaldiçoada pelos deuses do triângulo amoroso, só isso explica. Na
falecida The Secret Circle era Cassie/Diana/Adam, em TVD é
Elena/Damon/Stefan. No piloto de The Originals também já deixaram a
hipótese de Hayley/Elijah/Klaus. POR QUÊ? É bacana sim termos
casais e romances nas séries, mas quando esses recursos são usados
de forma abusiva, estragam absolutamente tudo. Fica cansativo e
maçante assistir, porque no final tudo se baseia em: Quem vai ficar
com fulaninho? E a mitologia da série é totalmente deixada de lado.
Julia Plec e quarta temporada de TVD são provas de como essa
palhaçada em excesso desandam a coisa.
No mais, vejo a série surpreendendo e
positivamente lá na frente. Tem potencial pra isso, existe todo um
universo a ser explorado. Seria bacana se os problemas não ficassem
apenas entre os Seres do Amanhã X Ultra. Poderia haver a inserção
de um supervilão, ou um grupo de supervilões. Enfim, é válido que
desenvolvam outros arcos que tragam personagens ameaçadores para o
grupo.
PS: Só eu achei que o John é filho do
Jedikiah?
PS: Acho que o irmão do Stephen
desenvolverá poderes.