Amanda
sempre é uma personagem surpreendente. Por mais que ela deixe bem claro esse seu
lado obsessivo e manipulador, eu sempre tenho dúvidas de como ela reagirá,
ainda mais com essa tolerância que ela tem pela Nikita e até mesmo pela Alex. Mais
uma vez ela me surpreendeu, principalmente em dois pontos que talvez não tenham
sido tão coerentes.
Primeiro,
Amanda traindo Ari, roubando o dinheiro dele e tentando mata-lo. Eu percebi
desde o inicio da temporada um certo desconforto quando haviam cenas dos dois
juntos, mas não imaginei que levaria a isso – novamente. Há quem acreditasse
nessa possibilidade desde quando ela traiu o Percy, mas eu fico com a pulga atrás
da orelha porque a série não se propôs a demonstrar os reais motivos da traição
e os meios que ela usou para congelar as contas do ex-amante-amigo-amado. Não que
eu não tenha gostado, o desenvolvimento disso nos rendeu um ótimo episodio, mas
eu não queria ficar sem explicação.
Segundo,
Amanda se alia com terroristas, mas quando a coisa bagunça um pouquinho ela põe
um fim. Fiquei confuso com as reais intenções dessa aliança. Foi algo muito
interessante, gostei bastante da entrada do Saalim, vi grande potencial, mas
mais uma vez o roteiro põe fim em algo promissor. Não custava nada desenvolver
isso em mais de um episódio, teria ficado incrível. O mais intrigante foi
Amanda matando o cara e fazendo daquela situação toda algo em vão. Será que ela
percebeu que o rosto dele havia sido exposto e isso poderia prejudica-la? Foi a
justificativa mais aplicável que encontrei.
Voltando
ainda esse tema terrorismo... poxa eu gostei tanto. Fez um excelente suspense,
mexeu bem com o psicológico da Nikita. A própria série pareceu bem mais madura
diante das mortes e até da tortura do Ari. Eu achei muito bem montado, porém
mais uma vez fico triste com o fim prematuro de um plot interessante.
Ah
o Ari. Peter Outerbridge deve ter ficado muito feliz em conseguir tantas cenas
dessa vez. Eu fiquei lembrando de quando o Ari tinha mais moral e botava mais
medo nessa série, hoje ele é um quase nada. Pelo menos eles tiveram a decência de
deixar claro o bom treinamento que ele teve para resistir a torturas. O personagem
se rebaixou um bocado, mas foi o protagonista da vez. Gostei bastante das
pequenas revelações do passado sobre uma missão da Nikki e até a relação dele
com a Amanda. Pelo menos no fim ele se mostrou mais humano do que vilão agindo pelo bem do filho.
Fazendo
drama paralelamente a essa história fica a incógnita de um relacionamento que não
deu certo para um relacionamento que parece dar certo. Nikita e Michael estão muito
bem – finalmente – e até um casório pode estar próximo! Espero que sem tragédias,
eles merecem provar que podem ter um futuro parcialmente feliz.
Já
Alex despertou ciúmes e dúvidas em Sean, e com razão. Estou sem entender muito
bem a resistência dela com o “amado”. Não me surpreendi que o lance da
tatuagem fosse uma coisa boba, mas que estivesse ligada a alguma morte. O
episódio não poupou-nos do clichê de associa-las às tatuagens do Owen. Confesso
que gosto da ideia de Alex e Owen juntos, sinto que rola uma identificação melhor
do que com o Sean. Mas será que a Alex não se tocou que o Sean poderia ouvir a
conversa no carro? Fiquei com a dúvida se os microfones ficam constantemente
ligados, mas isso é só detalhe.
Foi
um episódio muito bom, envolvente, ágil, gostei bastante. O próximo será uma
sequencia deste. Teremos mais Amanda e mais Ari. Assim ainda esperamos quando a
Divisão começará seus trabalhos para o governo já que a verba não está saindo
como o esperado.
*Audiência
com mais um baixo 0.3