Toda batalha tem um custo.
Antes de mais nada, vamos dar as mãos e
agradecer aos roteiristas de Spartacus por terem tornado uma das peças centrais
do exército de Crassus a pessoa mais sexy do mundo. Nem Gannicus tem tanto
poder sensual igual esse novo camarada, que é ninguém menos que Júlio César.
Esperava que ele fosse apresentado a partir do terceiro episódio, mas como a
temporada foi totalmente reduzida, não havia outro motivo para deixar para
depois.
Todo mundo estava esperando por um César
diferente, eu pelo menos estava. O César que nos foi apresentado é um homem
selvagem, petulante, com algumas perversões sexuais estranhas e com uma
quantidade bem alta de perigo, mesmo que ainda não tenhamos visto tudo isso. O
drama entre ele e Tiberius - uma batalha de vontades para respeito mútuo e a
honra de Crasso com uma leve tensão sexual – deverá ser divertido em acompanhar.
Gosto de ver como a série está juntando a questão do aumento de fama de César
com a riqueza de Crasso, já que é óbvio que em algum momento um vai trair o
outro.
Por outro lado, o episódio também foi palco
para a apresentação de novos personagens, ou melhor, de uma cidade inteira.
Logo de cara, achei bastante estranho Spartacus confiar tanto no que o homem das
tripas do cavalo tinha para falar sobre a cidade na costa da Itália, sendo que
ele não é uma pessoa que Spartacus conhece bem. Ou melhor, ele nem conhece o
cara. Só estava levando em consideração tudo o que ele falou porque claramente
o comandante estava desesperado.
Felizmente, nada aconteceu, além do inevitável:
banho de sangue. Porém, alguns personagens se destacaram antes disso tudo
acontecer. O primeiro foi Laurus, o dominus que decidiu apedrejar um escravo no
começo do episódio. Depois de um tempo, ele agradece Spartacus por ter
terminado logo o sofrimento do cara, mas convenhamos que ele não deveria ter
amarrado ele para começo de conversa.
Laeta é a esposa do dominus e convenhamos que
ela é bastante sem sal. Ela tem toda a ideologia de que não há necessidade de
matar os escravos e tratá-los eles mal, mas mesmo assim, continua com seu
marido. Ela é a primeira a fazer amizade com Spartacus e depois usada pelo
menos quando o caos aparece na cidade. A partir do momento em que o ataque
começa que esse ataque não acabaria em banho de sangue, uma vez que remete ao
final da primeira temporada, em que toda a casa de Batiatus é barbaramente
assassinada. Tirando a Xena, é claro.
A violência exibida nesse momento é muito
gráfica, mesmo que seja excessivamente dramatizada. O mais irritante foi
mostrando a mãe a filha que Spartacus estava interagindo no começo do episódio,
que é basicamente uma tentativa desesperada dos roteiristas em mostrar que não
tolera a violência, mesmo mostrando isso em uma base diária.
O simples fato é que o que está acontecendo é
uma guerra, e, obviamente, haverá baixas e nem todos serão opressores. Seria
fácil se todos os mortos fossem iguais a Laurus, o dominus da pedra, do que um
escravo rebelde ou uma mãe e uma filha, mas isso é uma mera consequência do que
já havia sido proposto.