Fringe - 4.01: Neither Here Nor There (Season Premiere)

Se eu pudesse dizer o que achei desse episódio, eu diria com o peito estufado: "Que decepção". 

Alerta de Spoilers!

Um dos grandes problemas com Fringe é a criação de expectativas. Na verdade não é bem um problema, mas acabou se tornando um nesse retorno. Em sua terceira temporada Fringe nos presenteou com roteiros bem produzidos, tramas bem entrelaçadas, mistérios bem feitos. Tudo foi um verdadeiro orgasmo. Nesse retorno, porém, foi um tapa broxante.

O episódio não foi ruim, muito pelo contrário, Fringe se especializou em não precisar inserir muitos personagens novos ao elenco regular, por isso ao invés de colocarem um novo ator para criar então um novo personagem que iria suprir a falta de Peter Bishop nos devolvem o agente Lee, que além de ser fixo no outro universo já havia na terceira temporada mostrado seu rosto no lado de cá. O agente Lee para mim sempre foi ótimo, no Lado B tem um jeitão mais liberto do que no Lado A, mas mesmo assim, isso me da alegria em Fringe, saber que em cada uma das dimensões temos um personagem incrivelmente rico em detalhes e peculiaridades. 

Fringe é o tipo de série que consegue se superar até mesmo na criação das aberturas da série, quando estamos no lado A do universo vemos a abertura com uma coloração azul, quando estamos no lado B, fica vermelho. No futuro temos uma cor preta, no passado do lado A temos uma ambientação mais retro. E agora vemos pela primeira vez a abertura que faz jus a ligação entre as duas dimensões, com uma cor laranja.

O que mais me fez falta nesse episódio foi além de Peter é claro, o fato de não ter quase nenhuma conexão com o finale. Não vemos muito da dinâmica entre Olivia A e Olivia B, nada de Walter e Walternativo. O único consolo foi com o observador nos mostrando que não tem intenção nenhuma de apagar Peter da história. A trama deixa em aberto com os tais evoluídos shifters que talvez Walternativo tenha algo a ver com esse ataque, ou talvez seja mesmo uma evolução dos metamorfos criados originalmente para uso do Walternativo.

Para quem não viu, o que eu acho muito difícil, Peter figurou algumas vezes nesse episódio, nos explicando futuramente pelo observador que Peter está “vazando”. O processo de apagá-lo totalmente deixou brechas, e não foi bem sucedido por que ele ainda força seu retorno. O impacto em Walter é que o bom velhinho agora não sai mais do laboratório, está confinado, mostrando a importância que o filho tinha, e vale dizer que algo ocorreu para que o Peter morresse em ambas as dimensões, talvez isso é o que teria acontecido se o observador não tivesse salvado Peter e Walter do lago congelado.

As coisas mais difíceis entre se trabalhar com viagem no tempo e conseqüentemente sua alteração e conseqüências é preciso ter muita estrutura criativa, e muita fidelidade aos fatos. Fringe tem isso de sobra, tudo o que foi criado nessa premiere foi baseado na explicação do que acontece sem Peter na série.

Creio que o próximo episódio será no Lado B, e isso eu espero com o coração na mão, por que as melhores tramas desenvolvidas no inicio da terceira temporada eram conectadas ao lado B.

Acho que ainda teremos muito dessa influencia negativa do que aconteceu sem a presença do Peter, sem contar seu filho que não teve uso nenhum na terceira temporada, mas que esperamos ter na quarta. Fringe nos deu um episódio morno, bom, porém morno se formos considerar a história de todos os seus retornos.